segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Capitães da Areia

Atirem-me areia para a boca e para os olhinhos se quiserem, mas nunca tinha lido Jorge Amado.
Nunca tive coragem de penetrar na linguagem tão carregada do Brasil. Adoro ouvir falar, ou melhor, cantar, porque os brasileiros não falam, cantam. Mas ler é outro departamento e sempre sofri de um auto boicote de leitura a tudo o que estivesse em português do Brasil.
Enterro agora a cabeça debaixo do pequeno livro que leio e desfiro vários golpes no meu próprio crânio com a capa do mesmo, para expiar este pecado capital.
Tem acontecido uma coisa absolutamente fascinante com os Capitães da Areia. Dou por mim a ler em voz alta, para ouvir o fraseado.
Escrever com o dom da oralidade, sem perder o tom das letras é puta de difícil cara, mas o Jorge Amado conseguiu-o com um coxame às costas.
Vou acabar este livro com fluência no calão do Brasil e anotar cada palavrinha maravilhosa que descubro. Palavras que só os brasileiros usam para definir coisas chatas e sem graça.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Para vocês aí desse lado. Um convite

Para todos os que ainda passam por aqui em busca de alguma coisa que vos faça sentido.
Para todos os que passam só de vez em quando, mas continuam a passar, ainda que de vez em quando.
Para todos os que gostam, os que gostam assim-assim, os que vão gostando, consoante a disposição solar, ou hormonal do momento
Para todos os que acham que isto faz algum sentido, ou sentido nenhum.
Gostava muito que aparecessem no lançamento do meu livro. Gostava mesmo muito.
Bem sei que aquilo que eu gosto, ou deixo de gostar, pode bem ser igual ao litro para a maior parte de vocês, mas é que eu gostava mesmo de vos conhecer, de vos ver materializados à minha frente, como que por magia :)
Topam?

# Vou dando novidades quanto à data e ao local, mas para conseguir dormir melhor, uma vez que isto de lançamentos é absoluta novidade para mim, a menos que falemos de lançamentos de sacos do lixo para o contentor, gostava de saber a vossa inclinação para este convite que vos faço.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

É obrigatório sonhar

Se ficar é morrer, partamos.
Se viver é ter que abdicar daquilo que nos é confortável, sintamo-nos incómodos. O incómodo será apenas temporário. Tomará do nosso tempo o estritamente necessário à conquista da vida. Da nossa vida.
Se tememos perder-nos, deixemo-nos de temores e ousemos arriscar um novo caminho.
É nos caminhos novos que se descobrem renovadas verdades de nós próprios. É nos caminhos novos que pode bem assistir-se ao milagre do inesperado.
Se é do risco que fugimos, por comodismo conformado dos que nada chamam de diferente, arrisquemos até que faça ferida. A ferida sarará para nos recordar que é possível sobreviver a quase tudo. Menos à morte.
Se já nada nos comove, se já nada nos move avassaladora e irreversivelmente. Se já nada nos impele a sairmos dos limites de nós próprios. Se sonhamos nada, é nada que somos. É nada. E então mais vale entregar os pontos de uma vez por todas. Mais vale o limite da terra sobre o nosso corpo frio e sem vida, do que o limite imposto à nossa inerte alma mutilada.
Sonhemos então que é possível continuar a sonhar.

domingo, 23 de dezembro de 2012

Natal... Na província neva

Natal... Na província neva.

Nos lares aconchegados,
Um sentimento conserva
Os sentimentos passados.

Coração oposto ao mundo,
Como a família é verdade!
Meu pensamento é profundo,
Stou só e sonho saudade.

E como é branca de graça
A paisagem que não sei,
Vista de trás da vidraça
Do lar que nunca terei!

Fernando Pessoa




Para a Silvina



Para a Silvina, desejo-lhe todos os abraços do mundo, todos os beijos trocados, todos os significados possíveis da palavra amor.
Para ela desejo um mundo inteiro de sentimentos bons por si própria. Porque ela é muito provavelmente, a pessoa mais merecedora deles que conheço.

Não é assim tão complicado


Cresci sem grande amor ao Natal. Nunca ninguém fingiu gostar das festividades, nem nunca ninguém colocou um bocadinho de magia, ainda que fingida ( como, aliás, toda a magia) durante dois dias seguidos.
Cresci a pensar que o Natal mais não era do que hipocrisia e frete supremo e foram precisos alguns anos até aceitar esta época com serenidade, sem complexos. Com a relevânica que merece.Nem de mais, nem de menos.
Foi preciso olhar pelos olhos da minha filha para reaprender tudo o que desaprendi na minha infância.
Temos saúde (ó meu Deus, como importa celebrar isto), temos amigos, temos família (ainda que ligeiramente disfuncional) e temos amor.
E não faz mal tirarmos um dia do calendário, para celebrarmos o que realmente importa, com doces, vinho e o diabo a sete (blasfémia).
Sim, é claro que podemos fazê-lo todos os dias sob todas as formas.
Mas termos datas fixas, em que eles já sabem que se celebrará de determinada maneira. Em que eles antecipam a reunião familiar com expectativa comovente, abrindo janelinhas de um calendário. Termos datas fixas que nos recordem a importância de termos tudo aquilo que nos é fundamental, é bom.
É bom, sim. E não me lixem os bons na minha vida. Deixem-me agarrá-los com força, enquanto os há.
Por isso, acho importante pegar nestes dois dias e tentar, repito, tentar, entre pratos de papel para deitar fora, bocados de rabanada colados nos sofás, putos enlouquecidos pela excitação, migalhas de bolo rei dentro da cama e familiares chatos como piolhos púbicos, fazer deles uma boa memória.
Não é assim tão complicado. Nós é que gostamos de complicar.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Porque nem só de cabrice se trilha o caminho da maternidade

Andei perdida.
Durante demasiado tempo, escrevi apenas para ti. Para que te lembrasses sempre que escrever é o que mantém vivo o nosso amor.
Não cabiamos aqui. Aqui era apenas o meu lado menos triste. Menos sério. E esqueci que o Vontade de Regresso, foi criado para que jamais me esquecesse da importância de ter para quem regressar, quando se parte. As coisas importantes na minha vida, nem sempre se revestiram de facilidade, pois foram coisas do coração e termos que correr por aí, de coração exposto e despido, para que qualquer um possa lê-lo, interpretá-lo, amachucá-lo é difícil. É coisa de grandes pessoas e eu sou uma pessoa pequena, cheia de medos e inseguranças.
Por isso, o meu coração saiu um pouco daqui. Criei um espaço onde escrevia o quanto eras importante, para que soubesses sempre, pela palavra escrita, que eras o meu amor maior.
Depois nasceu o teu irmão e a ponta dos meus dedos desenhou vezes sem fim, palavras para os dois, para um de vocês e de novo para os dois, pois sempre fiz questão de vos envolver dentro do que mais me importava a mim. Dentro das letras que me dizem e que vos descrevem.
Ontem percebi que também vocês me escrevem já.
Tenho as tuas folhas riscadas, guardadas como um tesouro, António.
Tenho as tuas cartas, escritas com a incerteza dos primeiros passos, com os erros das primeiras letras unidas, mas com mensagens determinadas e constantes. Mensagens de amor. E guardo-as dentro das páginas do livro que leio todas as noites, para lhes poder mexer. Dentro das gavetas onde vou diariamente, debaixo do meu pequeno e gasto computador.
Tenho-as sempre por perto, para que possa relê-las e saber-me importante. Saber-me enorme, saber-me merecedora de um amor maior.
Vocês têm sido o caminho mais sinuoso e mais a direito da minha vida.
Vocês são aquilo que importa. E eu hei-de regressar aqui, de vez em quando, de coração exposto e despido, sem medo de amachucá-lo, pois ele bate na mesma e é lamechas, sim. Tão lamechas quanto o coração de uma mãe consegue ser. Mas isso não é necessariamente mau. Isso sou eu.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Detesto tentar gostar

de pessoas, de filmes e, acima de tudo, de livros.
Não deveriamos ter que tentar gostar. Tentar gostar é um dos esforços mais inúteis do planeta. Ou se gosta, ou não se gosta.
O gostar mais ou menos, cai na esfera do não gosto, mas causa-nos aquele impulso estúpido de não desistir logo. Pode ser que melhore, pode ser que esteja enganada, pode ser que...
É precisamente o que me está a acontecer com este livro. Alguém me explique, por favor, o que é que leva alguém a pensar que a sua vida profundamente bocejante, reveste alguma espécie de interesse para o comum dos mortais, como eu?
É certo que ainda não cheguei a meio do livro, mas até agora, fiquei a saber mais sobre a vida do criador do Peanuts (charlie Brown e companheiros) do que da história do auto biografado.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Abracemos a nossa Cabrice

Um dia ainda vou escrever crónicas (adoro a palavra crónicas, dá todo um outro status às merdas que alguém decide escrever) que ajudem as mulheres a sentirem-se menos culpadas.
Crónicas que as ajudem a perceber que nenhuma mãe é perfeita e que todas nós gritamos com os putos de vez em quando e desejamos embarcar numa nave espacial em direcção a Marte, só para termos um bocadinho de silêncio.
Não é crime de lesa majestade, se os putos não andarem com a roupa bem passada e jantarem cachorros quentes de vez em quando. Tal como não é crime de lesa pátria não andarmos constantemente aprumadas para irmos despejar o lixo, ou passear o cão.
Todos, repito, todos os putos fazem cenas e são insuportáveis de vez em quando. Os vossos crianços não têm que ser perfeitos para serem amados. Digo-vos, sinceramente, apesar de ter a certeza absoluta de que os meus filhos se adoram um ao outro. Muitas são as vezes em que tenho que apanhar pedaços do meu próprio cérebro pelo chão, quando ambos decidem pedir-me justiça e que decida qual deles tem razão e que interceda e que reaja e que faça qualquer coisa.
Mil vezes pior do que o Juiz Decide, é a Mãe decide, sem martelo para bater sobre a mesa, nem sobre as suas ricas cabeças.
Ter que passar o dia inteiro a fingir que não sou uma cabra cruel de vez em quando, é cansativo, caraças. Muito cansativo. Libertemo-nos do estigma da perfeição e assumamos a nossa cabrice esporádica. Não é crime, é apenas humano.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Onde é que ouvi isto?

Não me lembro onde, mas era mais ou menos assim:
Muitas vezes os medíocres singram, porque têm uma capacidade notável para promover a sua pessoa.

Urgências para 2013

Deitar a maior parte da minha insegurança no caixote do lixo sentimental.
Deixar de usar garfos de metal nas frigideiras anti-aderentes.
Ambas com a mesma ordem de urgência.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

meninos da mamã (um tema recorrente)

A minha alma fica sempre um bocado atrofiada, de cada vez que vejo um pai, ou uma mãe impedir os filhos machos de brincarem com cozinhas e ferros de passar.
Os putos gostam de fazer os cozinhados e servir cafés, mas não podem, pois que não é coisa de rapaz e são constantemente chamados à atenção por isso.
Muitas vezes estas proibições chegam das mulheres que mais se queixam de os maridos não fazerem a ponta de um corno. Vai daí, o melhor que se lembram de fazer é boicotar as capacidades dos próprios filhos.
Alguém que me explique esta mentalidade, porque eu não chego lá.
Quer dizer, eu até entendo barbies, mas caraças, uma cozinha?
Não é assim que vamos contribuir para uma geração livre de meninos da mamã.
É importante o ninho e as raízes, sim. Mas mais importante ainda, são as ferramentas que lhes damos para conseguirem voar sozinhos.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

prefiro atirar notas de euro pela sanita

a gastar dinheiro em:
Velinhas perfumadas-que-me-provocam-náusea-incontrolável.
Ambientadores que se ligam às tomadas, ou que projectam esguichos de cheirinho para o ar, quais mini câmaras de gás, que nos apanham desprevenidos com odor fantasmagórico. Sendo que estou plenamente convencida dos danos cerebrais a longo prazo, que a exposição aos esguichos e odores acarreta.
Ambientadores que, supostamente, servem para apertar após uma ida à casa de banho e resolver toda a questão do cheiro das nossas entranhas.
Cenas para colorir a água do autoclismo, ou perfumar a mesma.
Odeio. Se a vossa casa cheira mal, ficará apenas a cheirar a merda com perfume.



terça-feira, 11 de dezembro de 2012

adenda para a gralha

que quer fazer bolachas de manteiga de amendoim e não sabe o que é papel celofane (shame on you, sua Martha Stewart de terceira categoria).

Dicas para Desenrascar com classe

Agora a sério, quem é que não anda teso, ou com falta de vontade de gastar dinheiro em presentes para adultos-que-já-têm-tudo?
Apesar de aqui em casa termos instituido a regra (maravilhosa, diga-se de passagem, tirando a parte em que eu própria não tenho direito a presentes) de presentes só para putos, também sei que poderemos gostar de dar mimos a pessoas de tamanho crescido, que os mereçam, claro está.
No Ikea, têm estes frascos para especiarias. Um pack de 4 custa 3,50€.
Se tiverem Bimby, saquem uma receita de doce de abóbora, de laranja, de marmelo, de cocó, porque é certo que sairá bem e com esforço zero. Depois podem gabar-se e dizerem que gastaram imenso tempo na trabalhosa confecção da compota caseira.
Se não tiverem bimby, comprem um frasco de geleia de um fruto qualquer e vertam o conteúdo para dentro dos frasquinhos. Podem gabar-se da confecção à mesma, mas certifiquem-se que fogem à questão, sempre que vos perguntam como fizeram o doce. Utilizem frases vagas e evasivas e sorriam muito.
Depois, peguem num pequeno penduricalho da árvore de natal (não falo de bolas gigantes de vidro, claro está), daqueles que têm um fio para prender, ou um lacinho, ou até aqueles identificadores de prendas, com um pequeno fio e coloquem em redor da rosca do frasco, para personalizarem.
Podem fazer um upgrade e acrescentarem uns biscoitinhos de gengibre com motivos natalícios. Neste caso, teria mesmo que comprar feitos, pois todos os meus biscoitos ficam perfeitos para partir cremalheiras.
Agora façam vénias ao meu génio natalício e gritem oh-oh-oh

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

dissecando os maridos das outras



1- Esta é, muito provavelmente, a música mais ingénua jamais escrita por um gajo.
2- Por outro lado, é também uma das músicas mais perigosas em termos de lavar o cérebro aos nossos pequenos rebentos femininos.
Vejamos:
"Toda a gente sabe que os homens são brutos (...) Toda a gente sabe que os homens são lixo (...) Que cheiram muito a vinho (...) abaixo de bicho"
Ora, pois que isto está tudo muito certo, mas porquê estragar tudo com o refrão?
"Mas os maridos das outras não, pois que os maridos das outras são o pináculo da perfeição" (...)???!!!!
Tenho novidades chocantes para ti, Miguel Araújo. Novidades que talvez possam colapsar esse coração ingenuamente teenager. E vou dar-tas em modo canção, deixando-te com a minha refinada poesia:
"Mas os maridos das outras são, mas os maridos das outras são, iguaizinhos ao meu maridão".
Aos 37 anos, já deixei de pensar que os outros maridos das outras são melhores do que o meu.

Quanto ao ponto número 2:
Acho chato ouvir a minha filha de 6 anos cantarolar para o pai:
"Toda a gente sabe que os homens são lixo e que cheiram muito a vinho"
Não havia necessidade de macular tão pequeno cérebro com letrinhas que, apesar de justas, precisam de percorrer o caminho necessário à assimilação.

De resto, confesso, que não fosse passarem-na tantas vezes na rádio, eu aprenderia a adorar esta canção, tirando o refrão.
Até porque tenho sempre vontade de assobiar e bater com a mãozinha no volante, ao ritmo dela. Tem qualquer coisa de Hawai e de Jack Johnson, que me deixa sempre bem disposta :)

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

pessoas

que decidem ficar paradas à beira da passadeira para peões, como se fosse o sítio mais idílico para conversarem, ou pensarem na vida.
Pessoas que me obrigam a parar para vos deixar passar, quando na realidade não têm o menor desejo de atravessar. Algumas até esbracejam, para que eu retome o meu caminho, quase ofendidas com a minha travagem:
Arranjem lá um banquinho de jardim, sim?

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

* "You is Good, You is Kind, You is important"

Ontem, enquanto olhava as fotografias de Natal da escola da Alice e via o seu cabelo em desalinho. Ontem, quando me preparava para lhe dizer:
- Caramba, mas não sabiam pentear-te? Olha só para o teu cabelo, que desgraça!
Virei-me para ela e dei de caras com o seu olhar risonho, pleno de orgulho pelas fotografias, a transbordar vontade de partilhá-lhas comigo.
Ontem mordi a língua e guardei as considerações para mim.
- "Estás tão bonita Alice, olha só para este sorriso, que maravilha!"
E fiz questão de espetar com uma das fotografias na minha parede magnética, bem no centro.
Ontem e todas as noites, quando vou deitá-los e aconhegá-los, faço questão de lhes dizer:
- És a(o) melhor filha(o) do mundo. Vou sempre estar pertinho de ti e ajudar-te em tudo. Sempre, sempre, sempre.
Ele ainda não percebe patavina das minhas considerações maternas, mas gosta do mimo e já responde que me adora.
Ela fica nas nuvens.
- Sabes, Alice, quando fores mais crescida vou sempre ajudar-te. Vou ajudar-te com os teus filhotes, com as tuas dificuldades. Vou fazer festas com as tuas alegrias.
- Mãe?
- Sim.
- E se eu tiver tantos filhos como os dálmatas?
-Cof.Cof (quase me borro pelas pernas abaixo). Bem, nesse caso vou precisar da ajuda de mordaças, cordas e algemas, mas conta comigo . Conta sempre comigo.


*A  Aibileen, do livro "As Serviçais", sussurrava estas palavras ao ouvido da menina que ajudava a criar, como se assim pudesse imprimir-lhe o amor próprio que os pais da criança lhe negavam.
O que me leva a outra questão, se ainda não leram as Serviçais, deviam.

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Jaikei Rolando

Esta senhora andou demasiado tempo presa ao universo Harry Poteriano. Se tivesse começado a escrever mais cedo sobre universos reais, eu já teria papado todos os livrinhos dela.
Ela escreve muito bem e este é um livro do caraças.

3 coisinhas estupidamente complicadas de fazer, depois de ter sido mãe

1
- Telefonemas em silêncio.
Quanto mais cerimonioso é o telefonema, maior o ruído de fundo. Ao ponto de parecer que estou a atender a chamada directamente da jaula dos macacos, no jardim zoológico.
2
- Ter a televisão só para mim e ver filmes a qualquer hora do dia que contenham cenas de sexo, sem estar constantemente a olhar por cima do ombro. Aliás, ver filmes a qualquer hora do dia (tirando o horário nocturno) ponto.
3
- Não  revirar os olhos até ao interior do cérebro, de cada vez que oiço Miska, Muska Mikey mouse.  Estou prestes a cometer um raticídio nesta casa.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

:) :) :)

De todas as palavras que me ocorrem, nenhuma representa realmente aquilo que estou a sentir.
Tentei várias vezes, mas não descobri um único título que dignificasse o que aconteceu hoje.
Talvez porque nenhuma frase tenha o poder de espelhar um sonho, quando esse sonho salta para dentro da nossa vida, com um descaramento absurdo. Escancarando portas, durante tanto tempo fechadas, libertando grãos de pó, depositados na quietude das coisas que não se concretizaram e deixando a vida acontecer-nos.
É que a vida acontece-nos, sim. Tenho a certeza disso.
Hoje aconteceu-me a mim.
Se tudo correr bem (e tem que correr bem), a minha história vai ficar guardada entre uma capa e uma contra-capa, com uma pequena lombada lateral. A minha história ganhará vida ao som dos vossos olhos.
E se isto não é felicidade, não sei o que será :)

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Bons Hábitos

Este Natal gostava de pendurar estas pantufas espaciais à porta.
Não, nada tem que ver com presentes no sapatinho. Era mais para os calcantes dos convivas de Natal, chuvosos, enlameados e com hipotética caca de cão, ficarem lá fora.
Aqui está outra merda que deveriamos adoptar dos países mais a norte e do Japão. Deixar os sapatos à porta.
Eu já faço isso com a família mais chegada e acreditem, tenho poupado litros de detergente para o chão.

*Já estou a imaginar a malta toda com estes chinelos sexy a pisar suavemente o soalho flutuante, sem um som :)


sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Donas de casa imperfeitas, não desesperem

E na senda do post anterior, eis que me ocorre  falar sobre outras tantas questões que nos aprisionam na domesticidade imposta (que linda frase).
Quantas vezes temos ânsias quando temos que fazer um mega jantar com mais de 8 pessoas?
Quantas vezes vencemos esse medo, compenetrando-nos que, de facto, até nem cozinhamos assim tão mal e damos efectivamente o jantar, mas como não temos criadas de servir (também adoro esta designação), ficamos o tempo inteiro enfiadas na cozinha, a levantar pratos e a dar em loucas, não usufruindo realmente do convívio?
Minhas amigas (dito em tom da amiga Olga), eu tenho duas soluções para isto. Postas em prática ao longo de vários jantares natalícios com mais de 15 pessoas aqui em casa:
Esqueçam lá o serviço de loiça pipi e os copinhos de cristal e abracem os pratos, copos e talheres de papel. O êxtase absoluto é uma toalha gira de papel (há muitas que parecem tecido e tudo), para que no final do cumbibio possam envolver aquela merda toda na toalha e despejar no lixo, juntamente com alguns convidados chatos.
Se têm problemas em relação ao que os outros vão pensar (eu já passei essa fase). Recebam-nos com uma garrafa de vinho na mão e um copo (para os mais enologamente esquisitos, podem ser copos de vidro) e perceberão que, depois de dois copos de um bom tinto, as pessoas estão-se basicamente a cagar para tudo o que seja parcimónia e querem é conversar.
Dispam-se do karma da dona de casa perfeita e tornem-se numas gajas mais descontraídas.
É claro que existem mullheres que não precisam de nada disto, pois não vertem nem uma gota de suor com estas coisas, mas não é o meu caso.
A mesa pode ficar linda com coisas descartáveis, acreditem.
Agora sim, estou pronta para escrever um manual sobre o assunto.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Mil vezes melhor do que queimar soutiens,

que sempre impedem as mamas de baloiçar ao sabor dos passos e as aconchegam num pedacinho esponjado de tecido, teria sido queimarem tábuas e ferros de engomar.
Mulheres que vivem sob o jugo da roupa irrepreensível, mulheres que pensam que o caracter e reputação dos filhos se define pela impecabilidade do tecido que os reveste e com que se apresentam na escola, ainda que os filhos digam merda e as mandem para o caralho. Não é tarde para vós. A patologia que vos foi imposta pelos vossos antepassados, sogras e mães, tem cura.
Para quem ainda não se rendeu às evidências da perda de tempo pura e simples em que consiste a actividade engomadeira e insiste num colarinho retesado, aqui ficam algumas dicas para deixar o vício. Pequenos passos, que ajudam à cura:
Comecem por cagar nas t-shirts. Uma t-shirt bem dobrada é mais  do que suficiente.
Os lençóis: Dobrem-nos em quatro, com ajuda, e passem o ferro sobre o lençol já dobrado, só para que possa caber no armário.
Camisas dos putos: Para começar e, como é Inverno, passem apenas as golas.
Camisas dos gajos: Eles que façam o que bem entenderem.
Inspirem e expirem e iniciem esta prática de libertação. Verão resultados imediatos, que vão desde rejuvenescimento da pele, a tempo para ler enquanto se faz cocó e terão o choque da vossa vida, quando compreenderem que são bem capazes de ser felizes, com a roupa enrugada.
É caso para dizer: Antes a roupa do que a pele.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Alguém que me explique, por favor



O sucesso desta merda.
Juro que não entendo a necessidade de se vestirem como retardados (sem ofensa para estes) para atraírem a miudagem.
Se as músicas forem de qualidade não é preciso tanto circo. Acreditem.
É isto e música clássica para bebés. Música clássica por si só não é suficiente para os bebés? É preciso enfiarem xilofones e caixinhas de música de fundo?


segunda-feira, 19 de novembro de 2012

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

reticências

Se tenho dias em que acredito na força cósmica do universo. Outros tenho em que penso que o acaso é o único mestre nisto da vida e que essa merda do universo que  nos traz e nos leva o bom e o mau, em directa proporção com as nossas energias, foi inventada por alguém sob o efeito de drogas leves, ou embriagado consigo próprio.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

A minha comida confortável *

De todas as comidas que me confortam a ialma, uma lata de sopa de tomate, com um ovo escalfado, está certamente no top 10.
Já experimentei fazer sopa de tomate várias vezes, mas, apesar do sucesso da demanda, nunca ficaram verdadeiramente como a da Heinz.
É um jantar mais do que suficiente para a minha mente e estômago :)
Descobri no programa da vaquinha da Nigela, que os Gnocchi de batata (nunca fui fã), podem ser cozinhados com um salpico de azeite numa frigideira, até ficarem torrados e crocantes. Meus deuses. Também entraram directamente para o top 10, assim que experimentei. Vão bem com tudo, até com uma simples tosta de fiambre de perú ao jantar :)

Agora aguardo convites para escrever livros de culinária, pois, logo a seguir às biografias históricas, parece que é o que toda a gente escreve.


*tradução parva da expressão confort food

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

socorro

O ano passado, no dia 25 de Dezembro, pela fresca, coloquei na lareira, uma agenda que a minha filha tinha namorado à minha frente, numa loja de brinquedos. Dei gritos mentirosos e eufóricos e ela desceu, quase caindo das escadas, para se deparar com o presente na lareira.
Sorriu, mãos trémulas e olhar assustado, pesquisando ao seu redor, para confirmar que o pai natal himself tinha abandonado a casa e desembrulhou a famosa agenda, com autocolantes, cadeado e o diabo a sete. Olhou-me nos olhos e perguntou:
- Mãe, como é que o pai natal sabia que eu queria esta agenda? Eu não lhe escrevi nada!!!
-O Pai Natal tem poderes e lê os pensamentos das crianças. - Respondi em tom de mistério.
Ela sorriu, perfeitamente satisfeita com a minha resposta e abraçou a agenda contra o peito. Orgulhosa por ter sido lembrada pelo barbudo.
Eu sorri com a minha resposta inteligente. Apesar de continuar a sentir-me culpada pela treta.
No meu íntimo, porém, sabia que isto não podia durar para sempre e que chegaria o dia em que a treta que construí em redor do senhor barbudo e barrigudo, se tornaria impossível de gerir. Pois bem, sei que esse dia chegou, quando apanho a Alice, de olhos fechados e mãos nas têmporas a olhar para o catálogo do Toys r' us.
- O que é que estás a fazer? - Pergunto.
- A pedir presentes ao Pai Natal.
- Mas, mas, mas e o que é que lhe vais pedir?
- Chiu, não é preciso dizer nada, ele sabe no que é que estou a pensar.
Estou fodida.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Agora a sério,

o vídeo do Professor Martelo é a gozar, certo?
Quando a coisa já estava que não se aguentava, eis que surge o Pai Natal a representar o subsídio de Natal e eu tive que fechar os olhos de vergonha.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

fucked up by their parents (porque não fica bem em português)


Estou a terminar um livro que me emprestaram e que tem várias biografias de mulheres famosas.
Já no fim da última história de vida, posso concluir que:
Todas foram "fodidas" no passado pelos pais. Transportam traumas, abandonos, indiferenças, falta de afecto.
Depois temos 3 grupos diferentes:
As que passaram o resto da vida a repetir os erros que as traumatizaram.
As que passaram a vida inteira obcecadas, a tentar fazer o oposto.
As que ficaram presas num limbo de insegurança, ora fugindo, ora congelando pelas memórias.

E, assim, depois deste estudo psicológico, tornado possível pelas biografias de divas famosas, conclúo que os pais têm um poder fenomenal para traçar o rumo sentimental dos filhos, para o bem e para o mal. E é o rumo sentimental, que definirá tudo o resto.

*A biografia vencedora, evidentemente, foi a da Audrey Hepburn. Que mulher querida, linda e humilde, meus deuses. Quando for à Suíça, visitarei certamente a sua casa e a sua última morada.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Sensibilidade e bom senso

Numa época de crise profunda e de miséria disfarçada em que vivemos, numa época de, mais do que justificadas, sensibilidades à flor da pele, é de senso comum que não se fale em público, quando de figuras públicas se trata, tudo aquilo que se pensa.
Aliás, esta regra aplica-se à vida em geral.
Eu posso pensar que somos todos uma cambada de preguiçosos, que se sobre-endivida e vive de aparências e choraminguices, mas, por uma questão de respeito à maioria que não o é e que sofre efectivamente na pele esta profunda crise.  Uma maioria que se debate todos os dias com o esticar de um orçamento miserável, ou com a falta de orçamento, uma maioria que trabalha com afinco, apenas para ver o seu salário real, já de si miserável, diminuir dia após dia. Por respeito a essa maioria, calo o bico.
É evidente que a senhora Jonet tem um trabalho de voluntariado louvável, mas não menos louvável do que as famílias que, com graves dificuldades financeiras, arranjam sempre um extra, para contribuirem para o Banco Alimentar. Famílias, sem as quais, o Banco Alimentar nem sequer sobreviveria. Famílias essas que agradeciam que a senhora fizesse uma retratação.
Noutros moldes, diferentes, mas da mesma maneira ofensivos. Ofende-me o silêncio do Presidente da República. Ofende-me o Não Comento, Não é a altura apropriada, este não é o momento. Porque, afinal de contas, estamos a pagar-lhe um ordenado, para ele não fazer a ponta de um corno.
Também me ofendem os banqueiros que gritam para um microfone: "Ai aguenta, aguenta".
Enfim senhores, a cena é:
Há coisas que devemos guardar para a intimidade da mesa de jantar, em família.
Há outras que devemos falar, mesmo quando os nossos tomates estejam a sentir-se do tamanho de ervilhas.
É tudo uma questão de sensibilidade. Sensibilidade e bom senso.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Eu também tenho conselhos inteligentes a dar para combater a crise

Para um amigo meu, que ganha 600 euros por mês e que tem de despesas fixas:
100 euros para a pensão de alimentos do filho
300 euros para a renda da pequena casa
passe social para pagar
Água
Luz
Gás
Supermercado

Ouve esta sapiente pessoa que te escreve e segue estes conselhos, que te conduzirão a um destino de bem estar monetário sem igual:

Deixa de ser esbanjador e não vás beber café a um café. Leva um copo térmico de casa e senta-te em frente do café. Mas não precisas de comprar o copo térmico, porque é caro. Pensa na ideia de um copo térmico, enquanto bebes café por um copo de vidro.
Não vás para o shoping. Apanha ar fresco com o puto e vai para o parque, mas vai a pé. Imagina que vais de carro. É exactamente a mesma coisa e sorri, enquanto pensas que poupas na gasolina.
Come mais sopa e menos carne. Mas quando estiveres a comer a sopa, imagina que comes um bife do lombo. É tudo uma questão psicológica.
No Inverno, passa a tomar duche apenas uma vez por semana. É o suficiente. Se não for, pensa que é e pensa que poderás dar-te ao luxo de, uma vez por mês, entrares de facto no café para uma bica.
Ensina o teu filho que não pode ter aquele pequeno brinquedo que tanto deseja. O consumismo é para os fracos de mente e tu não queres que o teu filho ajude a dar cabo do que resta do nosso país, com o seu desenfreado consumismo. 
Tenta ter sempre um pé de meia, para uma eventualidade, como por exemplo, o teu filho cair na escola e precisar de tirar uma radiografia de urgência.
Agora agradece-me esta visão brilhante que te ofereci e aguenta. Ai aguenta, aguenta e não mexe.




quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Devemos estimá-los na velhice




E esta frase aplica-se, não só aos nossos queridos idosos, mas também aos nossos carros, que nos acompanharam ao longo dos momentos mais importantes das nossas vidas.
São pequenos sinais que fazem com que tema sinais mais graves.
Pequenas coisas sem importância, como os pneus mais uma vez nas últimas, as luzes que se vão apagando, uma após a outra, fundindo-se sem dó, nem piedade, um barulho na suspensão, que ignoramos com autismo e sorriso forçados.
Enfim, eu quero convencer-me que o meu carro teve uma ideia luminosa e não mais uma luz fundida (que é para não dizer fodida).
Quero convencer-me que ainda está bom para mais 100 000 Km (e provavelmente está). Mas já não há aquela descontração natural, que me fazia galopar por montes e vales com confiança absoluta. Agora sinto que tenho que tomar conta dele. Estar atenta aos sinais, fazer-lhe festinhas no lombo e acompanhá-lo até à minha ruína financeira.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Onde gosto de mergulhar o indicador

Existem dois recipientes que não posso ter em casa. A saber:
Latas de leite condensado.
Frascos de nutella.
Tento utilizar estes dois ingredientes para os fins supostamente correctos, mas acabo sempre por abrir latas e frascos e lamber o conteúdo até me sentir agoniada.
É precisamente por isso que nunca os compro. Se a receita leva leite condensado, o mais certo é metade da lata acabar directamente no meu estômago.
Mas aí de 6 em 6 meses, cedo à tentação e vejo se consigo disciplinar-me a sério.
A semana passada comprei um frasco de nutella e já o usei para um Empire State Building de panquecas, que todos comemos, pois aguentam-se no frigorífico alguns dias.
Já o usei para um bolo de iogurte, que decidi enriquecer com duas colheres de sopa de nutella e, pasmem, já o usei para fazer sandochas para os putos.
Agora, que já provei a mim mesma ser capaz de manter os dedos longe do frasco, está na altura de lamber o pequeno resto que sobrou. Afinal de contas, também sou filha de Deus e ando um bocado carente.

domingo, 4 de novembro de 2012

Grande Venda Book Lovers

 A Evolução de Calpurnia T. 11 euros, com portes para Portugal Continental
 Jerusalém, de Gonçalo M Tavares - 8 euros, com portes de envio para Portugal Continental
 O Lar da Senhora P. para crianças peculiares - 11 euros, com portes para Portugal Continental
A história da Rapariga Bonita 10 euros, com portes de envio para Portugal Continental.

Se quiserem ver sinopses e comparar preços da Wook, podem clicar nas imagens.
Se estiverem interessados em ficar com algum destes livros (estado impecável), mailem-me para:
avontaderegresso@gmail.com

sábado, 3 de novembro de 2012

Os lugares fresquinhos no lençol

Ela- Sabes aquela sensação boa na barriga, quando encontras um lugar fresquinho no lençol, com os pés?
Eu - Sei. No Verão é maravilhoso, mas no Inverno não gosto, fico sempre sem me mexer, para não descobrir lugares frios no lençol.
Ela - Eu gosto sempre e sinto sempre isso quando estou na tua cama.
Eu - Mas a tua cama também tem lugares fresquinhos no lençol.
Ela - A tua tem muito mais.

Estávamos escritos

Estávamos escritos.

Não porque as estrelas nos traçaram o rumo.
Não porque um punho divino nos desenhou os dias.
Não porque o destino o decidiu.
Estávamos escritos,
porque nos escrevemos assim, um do outro.
Nunca acreditei em histórias de amor predestinadas, nem nos passos que dizem dar por nós, nesse estranho caminho de amor.
Mas acredito que nos escreveram e que, por isso, passámos a escrever-nos, como se sempre nos tivéssemos falado assim, através das missivas que nos endereçaram um ao outro por engano.
Aprendi que se ama por aquilo que somos quando escrevemos.
Aprendi que não há essa coisa de se ser distante daquilo que se escreve. Quando se escreve por amor, somos exactamente aquilo que escrevemos.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Porque é que não se deve ter a tv ligada ao jantar?

Para não correr o risco de apanhar o anúncio a um remédio para as unhas putrefactas, enquanto levo uma garfada de esparguete à boca.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Rain drops keep falling on my cheesy feet

Nunca tive cuecas com princesas e fadas, como as minhas coleguinhas da primária e nunca tive galochas repletas de bonecada cor de rosa.
Não que não quisesse, queria e muito, mas porque sempre insistiram na chata sobriedade do meu calçado e roupa interior infantil.
O máximo dos máximos que consegui conquistar foram umas galochas azuis escuras, banais e discretas, mas que davam para chapinhar nas poças com as minhas amigas de colégio. Chapinhava também no interior das minhas próprias galochas, pois o chulé acumulado tornava a tarefa do chapinhanço uma cena exterior e interior.
Poderia vingar-me hoje em dia, consumindo coloridas galochas com compulsão traumática, mas nada disso. Não me sinto particularmente atraída pela coisa.
Detesto ver mulherio aperaltado, numa festa, quiçá num cocktail de lançamento de um livro e com um galochame, de cor berrante, até à virilha. Se for de uma certa e determinada marca, usada por latifundiários britânicos no meio dos  lamaçais do latinfúndio, as pessoas convencem-se que podem usar aquela merda em todo o lado, faça chuva, ou faça sol, na cidade, ou no campo, porque está na moda.
Mas tudo bem, galochem-se à vontade, que eu continuarei fiel ao meu téne revestido de material impermeável e a evitar poças de água a todo o custo.

domingo, 28 de outubro de 2012

Porque é que não podemos

Manter a hora alterada da parte da manhã e voltarmos a alterar a dita da parte da tarde?
Seria perfeito.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Toy Story, ou a história do António



Sei que o Toy é mesmo meu filho, quando entro na sala, onde ele olha vidrado para o seu último fetiche cinematográfico, com uma atenção absolutamente comovente, respeitando a solenidade da cena em questão (que me faz lacrimejar de cada vez que a revejo, confesso).
A última cena do Toy Story 3, em que o Andy adolescente dá os seus brinquedos a Bonnie e se despede deles.
Eu percebo que há alguma coisa que mexe com ele, mas que ele próprio não entende ainda bem. Afinal de contas ainda nem chegou aos 3 anos, é mais do que compreensível. A banda sonora triste, os olhinhos dele que não piscam, a sala em silêncio.
Faço-me anunciar e o meu filho, sem se virar, enxota-me com a mão, dizendo: Sai, mãe, sai. Adeus!
Ele quer curtir o momento comovente sozinho.
Sou exactamente assim. Momentos comoventes são para curtir sozinha.
Por muito egocêntrico que isto possa parecer, principalmente quando estamos longe do virtuosismo, gosto de imaginar que os nossos filhos podem de facto trazer pedacinhos de nós no seu código genético.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Se isto for verdade

Atiro desde já algumas pedras, muito provavelmente cheias de julgamento pecaminoso.
Não é o primeiro casal que namora anos e anos a fio, depois tem um puto e cabum.
Mas aparecer já com outra gaja, enquanto a mulher toma conta do bebé em casa, cheia de hormonas a borbulharem no seu interior, é mesmo reles.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

As Telenovelas e as saudades

Acho que uma das coisas que me faz ficar agarrada a Downton Abbey, é o facto de ser uma telenovela, mas em bom e em condensado.
Vai dando um cheirinho de todos os núcleos e mantendo vários plots acesos, deixando coisas em aberto para o futuro e fazendo tudo aquilo que se costuma fazer numa novela.
Sinto saudades dos tempos em que nos debatiamos com o futuro dos personagens, com a distribuição das cenas. Sinto saudades da vida que elas próprias ganhavam, saindo um pouco das nossas mãos e deixando de nos pertencer. Cometendo loucuras, excessos, gestos românticos, ou nobres, sacanices e heroísmo. Sinto saudades daquela equipa, com quem sempre me senti em casa.
Também lembro com humor aquelas situações em que tinhamos uma ideia luminosa para um certo personagem, uma cena bombástica e sem igual. Mas depois, para podermos sustentar essa ideia no tempo, tinhamos que arcar com as consequências que dela surgiam e lá vinha o enchimento de chouriços, até termos uma ideia de génio para a sua conclusão.
É precisamente isso que está a acontecer com o Bates e a Anna. Estão de molho. Ela lá vai fazendo umas visitas e umas pesquisas, ele lá vai tendo uns conflitos prisionais.
As cenas dos dois na prisão são para encher chouriços e é bom constatar que também existe indústria de enchidos no que de melhor se faz lá fora.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

A beleza de dias de Outono como o de hoje

Podia falar de mantas, sofá, pantufas, canecas de chá e séries na tv em modo non stop.
Podia falar de aconchego, de tricot, ou qualquer espécie de trabalho de lavores, de cadeiras de baloiço e lareira crepitante.
Mas falarei das lesmas que invadem as paredes exteriores da casa, falarei de gosma, falarei de bafio, de pegajoso, de cabelos eternamente despenteados, repetirei gosma e falarei  nos suores húmidos que me afrontam.
Dias como o de hoje, dias de cemitério, de tumba, de assombração gosmenta, deviam ser punidos por lei.
A propósito de séries, sofás e tumbas. Existem mesmo pessoas que curtem a série Walking Dead em modo série de cagaço?
Aquela merda é cómica e os zombies são demasiado lentos e atrofiados, até para zombies.

domingo, 21 de outubro de 2012

Publicidade para quem tem distúrbios de personalidade

Ando a odiar, com certo fervor febril e crescente, um anúncio que passa na televisão, a uma frigideira de cerâmica.
Fico contente por saber que podemos andar à cacetada com a frigideira, na banca de pedra, que aquilo aguenta.
Só deus sabe, a quantidade de frigideiras que tenho danificado à conta das cacetadas na bancada.


quinta-feira, 18 de outubro de 2012

santa paneleirice

Parece que está na moda desafiar alguém para ir beber um Latte, ou um Caramel Macchiato. É muito Carrie Bradshaw,  muito Quinta Avenida e a malta vai atrás, como gado. Ainda que beba o dito caramelo maquilhado (só o nome produz-me espasmos na glote) debaixo da escada rolante de um qualquer Centro Comercial em Alcabideche, vai de imaginar que está na Big Apple, exalando sensualidade, como Samantha Jones, debitando decibéis de inteligência criativa, como Carrie.
Não tenho paciência para esta paneleirice. Pior do que Lattes, só mesmo cupcakes. Ó bem que peço uma bica, ou bem que peço uma meia de leite, ou um galão, ou bem que peço um queque, ou um bolo de arroz. Tudo o resto só serve para entupir artérias e provocar o suicídio em massa dos meus, já de si parcos, neurónios.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Querido Paulo,

Neste momento, estás na posição mais tramada de todas. Eu sei que sim, eu sei (miminho e festinha na cabeça, vá).
Se deres um murro na mesa, poderás ser acusado de provocar uma tempestade política e afundar ainda mais este país. Ferramenta usada até à exaustão, por quem não deseja que dês um murro na mesa.
Se ficares calado e conivente, não dormirás bem de noite e a calvice chegará, ainda mais galopante.
Se tentares remendar as coisas no secretismo de reuniões políticas, não remendarás nada. E a mesa, em redor da qual se reunem os que nos governam, ficará por esmurrar, com toda a libertação que tal gesto implica.
Por isso te escrevo, assumindo aqui, com todas as consequências sociais, de gozo e políticas que isso trará sobre mim, que votei em ti e que espero o que não espero do próprio Presidente da República, que nada diz, nem comunica, de nada nos valendo. Ou do Primeiro Ministro, que está apostado em enterrar-nos até ao ponto de não-retorno.
Escrevo-te para te dizer, que pior do que estamos é impossível ficarmos.
Por isso, dá um murro na mesa, por mim, por todos nós, pelos meus filhos e a sua geração.
Dá um murro na mesa e diz: CHEGA!
Ana C.

Fazer o bem

Fazer o bem, ou fazer o que está certo, nada tem de glorioso, ou divino.
Fazer a coisa certa, produz bem-estar químico, orgânico e  psicológico. É uma sensação boa como tudo.
Vai daí, e tirando os psicopatas, que têm ausência de consciência, eu acredito que as pessoas que agem sempre de acordo com o seu próprio prazer e bem-estar. As pessoas que olham para o mundo como sendo apenas a sua casa, revertendo dramas alheios nos seus próprios dramas, negando qualquer tipo de ajuda ao próximo, se isso implicar sair da sua zona de conforto, vivem estupidamente atormentadas.
O egocentrismo e egoísmo puros, quando se vive em sociedade, ou em família e para quem tem alguma espécie de consciência, é fodido.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Momentos de Mudança

Acabei de ver a reportagem da Cândida Pinto, "Momentos de Mudança", na Sic, sobre um pequeno empresário que teve que fechar as portas da sua pequena empresa e foi simplesmente perfeita.
Triste, mas perfeita em todos os sentidos. É a isto que eu chamo jornalismo.
Deixou-me com um nó na garanta do primeiro ao último minuto.

Agora vou ver o primeiro episódio da 3ª temporada de Downton Abbey, a ver se retomo o entusiasmo, que isto de ficar meses à espera da 3ªtemporada, é de tirar a pica a qualquer um.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Puro Humor

Estamos cada vez mais pobres, mas o governo insiste em tratar-nos como milionários.
Fizemos as contas aqui em casa e ainda pensamos que esta merda dos escalões é gozo, só pode.
Adoro a devolução fictícia de um subsídio. Acho de um humor negro-sádico absolutamente genial.
Noutra linha, adorei ouvir o filho do Zorro (zorrinho) justificar a compra dos carros para o grupo parlamentar do PS. Outra linha de gozo fascinante. Acabou-se o ALD e tivémos que fazer outro. Fizemos uma poupança de 10.000 euros em relação ao contrato anterior. Não podemos adquirir Renaults Clios, nem Corsas, tem que ser à lá grande, porque Zorro que é Zorro, não se monta em qualquer mula. Eh, Zorrinho!!!!
Continuem a gozar-nos que eu sorrio. Sorrio, que é para não chorar.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

8 anos e 1 dia de conjugalidade






Se algum dia fizer 40 anos de casada e me perguntarem qual é o segredo para um casamento de idade tão avançada, não vou fazer a menor ideia do que responder. Tal como não faço puto ideia de como cheguei aos 8 anos.
Cada um sobrevive às coisas da sua maneira. E se há feitios que se complementam (a surdez de um dos cônjuges inclui-se neste compartimento) outros há que se complementam mais ou menos e outros tantos que não se complementam a ponta de um corno e que até podem durar uma vida inteira.
Há quem insista em atribuir o sucesso matrimonial às suas próprias qualidades altruístas, mas eu ainda ando muito longe do altruísmo, quanto muito tenho a qualidade de não gostar de me chatear, apesar de eu própria ser  uma chata do caraças. Por isso, francamente, não sei como é que o meu marido ainda me atura.
No entanto, existem dois, ou três conselhos que, a seu tempo, darei aos meus putos. A saber:
Existem limites que não devem ser ultrapassados nunca, por isso, não façam cocó em frente aos respectivos cônjuges.
Por muito que possam ser consumidos pela falta de verba, nunca se esqueçam de um aniversário e de uma lembrança que o assinale. Já fizemos um ano de contenção de presentes, mas não resultou. Fiquei amuadíssima e trombuda. Quando uma mulher diz que não quer nada, está apenas a tentar ser porreira.
Perguntem ao vosso pai pela morada da florista onde encomenda as minhas flores. Não existem ramos mais bonitos, podem crer.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Fãs incondicionais e absolutos



Depois de Gru o Maldisposto, do chato do Faísca (chato é pouco, que bosta de filmes) e do Gato das Botas. A nova obsessão cinematográfica do António é o Garfield 1, com a voz do António Feio :) E eu gosto. Aliás, não gosto, adoro.


terça-feira, 9 de outubro de 2012

What Not To Wear

Esta duquesa fofinha, da nossa mais fina aristocracia, está a precisar urgentemente de um workshop com a Kátia Meio-tom (leia-se Kate Middleton). Isso, ou as lâmpadas energéticas que adquiriu no Lidl não dão a pujança necessária ao seu closet e a Lady Di tuga, tem de escolher a indumentária na mais completa escuridão.
De resto, foi bom saber que a filha herdou o seu charme. Sem dúvida, um dos aspectos mais fundamentais na vida de um bebé.

Partilhando Hugo às Postas

Ora então, aqui vos deixo com o Sr. Hugo às Postas:

Adoro o filme Alta Fidelidade e quanto mais velho o vejo mais o entendo. Se pensar em todo o universo de filmes e livros, a personagem do John Cusack, Rob Gordon, é a mais parecida comigo que já encontrei. Na verdade, todos os homens quarentões ou a chegar a isso devem achar o mesmo.
Mas sempre que vejo o filme sinto uma nostalgia enorme e revivo os meus 20 anos na minha cabeça e relembro as carradas de CD’s que faziam parte da minha vida. Se calhar hoje tenho uma ideia mais romantizada do que foi a minha existência nos anos 90 porque, na altura, garanto, nunca lhe achei muito piada.
Nos últimos dias temos levado a cabo uma série de alterações na nossa sala e as minhas dezenas discos das bandas chamadas indie da década de 90 têm de ir à vida. Não há espaço e já não oiço nada em disco e quando quero ouvir qualquer coisa faço-o em Mp3 pelo que, claro, tem sentido dar aquilo a alguém que faça bom uso da sonoridade que coleccionei durante anos. Sinto um aperto no coração em me livrar de tudo, e ao contrário dos meus livros, que são sempre oferecidos à biblioteca de Oeiras, acho que os meus discos merecem algo melhor.
Reparem, foi com Nick Cave que chorei o primeiro amor não correspondido, com os My Bloody Valentine o segundo, com o Tom Waits o terceiro, com os Violent Femmes o quarto, com os Sonic Youth o quinto, Nirvana o sexto…
Percebem a ideia.
Deixo então a pérola:
“What came first, the music or the misery? People worry about kids playing with guns, or watching violent videos, that some sort of culture of violence will take them over. Nobody worries about kids listening to thousands, literally thousands of songs about heartbreak, rejection, pain, misery and loss. Did I listen to pop music because I was miserable? Or was I miserable because I listened to pop music?”


Quanto a esta pérola final, tenho que dizer que não concordo. Para mim, a música pop veio sempre mostrar-me que não estava só na rejeição, desgostos de amor, dor. Nunca mos provocou. A música pop foi, em quase todas as circunstâncias da minha vida, a minha melhor amiga.




segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Já não há super heróis, mas...



Numa época em que tudo está errado na política . Em que ministros tiram cursos a domingos, ou com equivalências de experiência de vida.
Numa época em que tudo sobe, menos o emprego, os salários e os níveis de realização pessoal.
Numa época em que o sentido patriótico nos é exigido até à medula, mas em que bandeiras são hasteadas de cabeça para baixo com calma e descontração naturais,
ele chegou.
Sensual, de sorriso inteligente e poder de moderação sem igual, ele veio para nos fazer esquecer a miséria e a injustiça.
Ele não luta, foge. Ele não tem 1/5 de testículo de coragem, mas tem dois testículos mirrados.
Ele não comunica, usa o estranho, porém heróico, dever de reserva.
Apesar de não usar da sua capacidade vocal para transmitir serenidade ao povo, esbanja a visão da sua cavidade oral, para degustar alimentos.
Ele não suaviza corações destroçados com o seu carisma e beleza invejáveis, mas é pródigo em lições de economia de mercado, debitadas com distante sapiência.
Ele não suscita empatia, simpatia, proximidade, humildade, mas suscita uma espécie de vazio previsível e reconfortante, pois sabemos com o que contar: Dele não sairá nada.
No entanto, é isto que temos. É isto a quem pagamos o ordenado e um polícia à porta para toda a vida.
É isto.
E a mim, perante a visão deste super herói a discursar para a elite, a fugir do povo e a calar-se por dever, só me ocorre gritar:
VIVA O REI!
É o que eu digo sempre: O Cavaco vai conseguir lançar-me nos braços da monarquia.
E fica aqui o desejo interior e secreto de que tenha sido um monárquico a sabotar a posição da bandeira na festa privada do 5 de Outubro.

domingo, 7 de outubro de 2012

Adorei

ver a pequena reportagem na tvi, sobre os leitores nos transportes públicos. Todo o género de pessoas com os seus livros de todos os géneros, nos comboios, barcos, metro.
Foi bom ficar a saber que os livros ainda são uma companhia imprescindível nas vidas de muita gente.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Apesar de andar a dar leite a um gato vadio,

Cada vez me maçam (adoro a palavra maçar) mais os peditórios para os animais.
Outro dia, maçaram-me com uma campanha no supermercado, para que comprasse bens para os animais abandonados. Recorri a todos os velhos truques, como não estabelecer contacto visual e andar a passo de corrida, mas não adiantou. Não quis acreditar quando olhei para a lista de tretas necessárias para ajudar os animais e vi: Brinquedos.
Já sei que todos os seres vivos são importantes, na ordem kármica do universo e que, o mais provável, é eu voltar a este mundo sob a forma de um gafanhoto, com tanto sacrilégio que cometo, mas estou cansada desta inversão de prioridades.
Numa altura em que se luta para ter o que pôr na mesa todos os dias, virem-me pedir brinquedos para animais, é de bradar aos céus.
Aliás, todos os peditórios, tirando os do Banco Alimentar, me chateiam como o caraças. Nunca sei quando é tanga, quanto daquilo vai realmente para a instituição em causa. Irrita-me a quantia certa que eles pedem por uma trampa de um porta-chaves. Irrita-me a agressividade com que me abordam, o olhar de desprezo que me lançam, assim que me nego. Irrita-me tudo.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Como estamos

Isto dos comboios não é greve, é terrorismo. Eu só quero é que os trabalhadores se fecundem, esmigalhados nos carris e deixei de ter a menor empatia com as suas causas. É esta a emoção que conseguem retirar da minha pessoa (e desconfio que do resto do mundo). E o dinheiro dos passes, é devolvido em proporção?
Os deficientes a fazerem a vigília em frente à A.R., li um cartaz de um acamado que dizia:
Porque é que não gostas de nós, Portugal?
E eu perguntei exactamente o mesmo. Já não basta uma pessoa ter uma incapacidade física grave. Tê-la em Portugal, é duzentas vezes pior.
Hoje, o Ministro-Xanax, anunucia mais medidas de austeridade. Naquelas reuniões de eruditos pedantes, já devem ter alinhavado uma merda rigorosamente equivalente, na prática, ao aumento da TSU e gozarão de novo com a cara dos tugas.

domingo, 30 de setembro de 2012

Comédia? Não me façam rir



Publicitarem este filme como comédia é do mais cretino e mentiroso possível.  Fui apanhada completamente de surpresa e fiquei hipnotizada, do primeiro ao último minuto.
E pude ver o Steve Carrel no seu filme filme mais under acting de sempre (se é que esta expressão existe).




sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Cat Woman

Hoje saí de casa com o António e encontrei um gato vadio (provavelmente o que vem mijar contra o portão da minha garagem quase todas as noites) a dormir em cima da mesa do jardim.
O que é que eu fiz?
1- fui buscar um balde de água e traumatizei o bichano, para que não mais penetre na minha propriedade, urinando-a e dizendo ao mundo que é sua.
2 - Fui buscar uma vassoura e corri o bicho à vassourada, para atingir o fim do ponto número 1.
3 - Ladrei de modo enlouquecido para o matar de ataque cardíaco.
4 - Face ao olhar embevecido do António, fui buscar um pratinho com leite e alimentei o bicho?

Ainda não estou em mim. Daqui a nada estou a publicar imagens de gatinhos rebolando com novelos de lã e transmitindo mensagens de amor.

Querida Silvina,

Espero que consigas encontrar aqui os teus postais e sorrias, tal como eu sorrio sempre que encontro um bocadinho da tua história na minha caixa do correio.
O postal de hoje tocou-me mais do que os outros, pois fala de uma coisa que tenho alimentado e feito crescer, qual gravidez mental em estado embrionário. O teu postal fala de escrita e escrita, Silvina, é o que me faz viver (além das outras coisas importantes, claro, como amor e oxigénio:))
Tenho andado arredada do mundo das letras, pois aguardo uma resposta de uma editora, que me acendeu uma pequenina luz. Eu quero muito acreditar nessa luz, mas infelizmente, não tem sido fácil e a esperança não vive apenas de nós. É também alimentada por todos os que poderão ajudar-nos a concretizar os nossos sonhos.
Sabes que comentei com a Melissa (podes perguntar-lhe e tudo) que gostaria muito de escrever sobre ti. Por isso, o teu postal hoje encheu-me daquela estúpida esperança dos sinais, do destino, das almas que se cruzam com propósitos. O teu postal hoje disse-me que talvez seja possível escrever sem esperar pela esperança dos outros. Talvez seja possível começarmos qualquer coisa, mesmo sem termos terminado outra. Apesar de ser contra tudo aquilo que sou, pois fico presa a projectos por terminar, só conseguindo avançar quando uma porta se fecha e, ultimamente, as portas andam todas encostadas...
Se quiseres escrever sobre ti, tens-me aqui para o que for preciso. Se me quiseres a escrever sobre ti, aproveita este par de mãos, que estará sempre aqui por ti, com toda a emoção dos lamechas de espírito.
Obrigada por tudo

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

A Grande e Profunda Questão do momento

É:

Ou será que ainda é cedo?

Raízes

Ela pergunta-me quem foram os meus avós (os que ela não chegou a conhecer). Como é que eram, se gostavam de crianças, como se chamavam. Depois pergunta-me quem eram os meus bisavós e os pais e os avós destes e os seus nomes e eu queria poder dizer-lhe mais sobre quem ela é para trás, mas não consigo fazê-lo como gostaria.
Vai daí e, perante a importância que isto tem vindo a assumir para a minha filhota, decidi fazer mais. Recolherei fotografias antigas, falarei com a minha avó, com o meu pai, com quem for preciso, mas mostrar-lhe-ei quem foram aqueles antes dela. Farei um álbum digital, ou em papel, recolherei nomes e dar-lhe-ei a sua família, que está viva apenas nos seus genes. Mas que, pelos vistos, pulsa no seu pensamento.
Esta foi mais uma lição. Eles precisam de raízes, de saberem que fazem parte de alguma coisa maior e isso é bom.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Intenso é muito pouco

Como é que só vi isto agora?





segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Eu dou-vos as mantinhas

Sempre fui uma pessoa de Inverno e de frio. Mas tudo isso tem vindo a mudar, juntamente com as doenças e achaques infantis directamente ligados a essa altura do ano.
Agora vejo-me sempre a ansiar pelo verão, pelos pés descalços sem stress, pelo sair à rua com dois trapos, pelo dormir sem edredãos, nem preocupação de ir tapá-los durante a noite.
As sucessivas doenças infantis deram cabo de toda a minha paixão pelo Inverno.
Tal como eu já pressentia, e depois de um verão santo, com o Outono não vieram as folhas e as mantinhas e o quentinho do lar. Com o Outono veio a merda do ranho.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

contado ninguém acredita

Mas eu tenho um filho de 2 anos que acorda às 7 da manhã e, em vez de nos vir acordar e abraçar e conversar, como fazia a irmã (e ainda faz, diga-se de passagem). Acende a luz do seu quarto, fecha a porta e senta-se a brincar com os legos.
Isto é maravilhoso, uma dádiva dos céus, mas aqui a estúpida, em vez de dormir como uma porca até às 7.20 (hora a que tenho de facto que me levantar), fica a sentir-se culpada pela solidão do puto.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Tem sido assim

Aconselhado pela minha book adviser (sim, eu tenho uma, que nunca me deixa ficar mal e que, pasme-se,até trabalha numa livraria). Ela falou-me em medinho, mas é mais do que isso. É para o cagaço puro e duro. Daqueles que  não nos deixam  ir fazer xixi durante a noite:
(tentem lá dizer o nome desta escritora numa livraria, sem terem ataques de riso)


 Para quem gosta de Nick Hornby, este escritor fez-me lembrar o estilo adolescente, descomprometido e inteligente, mas em jeito profundo e comovente. E a capa, senhores, a capa? Não é perfeita? Li em dois dias:



 Para quem gosta de melhores escritores do universo (sim, espaço incluído). O Zafón dá-nos vontade de o ler com um pequeno caderno de apontamentos, para copiarmos as tiradas geniais :) E deixem-se de merdas, que é escritor da moda e afins, porque não é possível passar-se pela vida sem ler este gajo.

E tem sido isto e mais outras tantas capas e letras e histórias que me têm lançado nos braços da leitura de forma doentia, como já não acontecia há anos.
Agora aproximem-se livrarias virtuais e ofereçam-me vales em troca de publicidade! Para quando, hein?
Também consumi alguns livros de capa e título duvidosos, mas que me surpreenderam pela super positiva. No entanto, o meu orgulho de gaja intelectualmente superior, não me deixa enfiar aqui tais capas e tais títulos.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

A cidade às pessoas

Tenho um parque urbano aqui muito perto de casa, cujo parque infantil foi vandalizado e os placards com a informação das espécies que podemos nele encontrar, partidos sem dó, nem piedadade. Acrescido a isto, já não vou mencionar os cagalhões de cães que polulam no relvado e que impedem os putos de correrem livremente, a menos que gostem de brincar atirando cagalhões uns aos outros pela relva, qual paint ball improvisado.
Hoje visitei o Bosque dos Gaios, um sítio tranquilo, que deveria pertencer às pessoas e não aos cães, mas infelizmente e, apesar dos sinais à entrada, que apelam à trela e aos sacos para fezes caninas, fartei-me de ver cães à solta a cagarem a seu bel prazer, enquanto as donas se passeiam tranquilamente sem saquinhos nas mãos, nem nada que indicíe vontade de não sujar o nosso espaço.
Dentro do pequeno bosque, passei por umas hortas comunitárias, ideia que adoro e aplaudo a 100%, mas tinha que ver um grupo de velhas a gamar couves da horta.
Portanto, a minha conclusão é que nós não merecemos espaços deste género. Não sabemos lidar com a liberdade que nos oferecem e somos, por natureza, javardos.
Quantos mais anos terão que passar para entendermos definitivamente o que é a comunidade e o respeito que temos que ter pelos espaços partilhados?
Onde poderei ir com os meus putos? Onde respeitarão as regras? Onde serão menos javardos?

O teu coração

Hoje e ontem e outros tantos dias que não importam, penso em ti.
Hoje e ontem e outros tantos dias que não importam, desejo resgatar os teus dias e devolver-te o tempo que perdes a tratar as tuas feridas.
Hoje sei que o coração é uma metáfora, sim. O coração é apenas um músculo, que comprime e descomprime, um pedaço de carne com sangue,  artérias e veias, alheio à nossa vontade.
Um coração também fica doente sem ser de amor. E é em alturas destas, que se prefere mil vezes as cicatrizes metafóricas, de paixões antigas, às cicatrizes no músculo que nos mantém vivos.
O teu coração vai viver, sim e vai sofrer das metáforas foleiras e do tempo e de tudo aquilo que mereces para ti.
E isto é assim, porque há corações que comportam o mundo e o teu, certamente que o faz muito melhor do que o meu, muito melhor do que a maioria dos corações que batem por aí.

domingo, 16 de setembro de 2012

Hoje, estes saloios

Decidiram ir a Lisboa de comboio e usar também o metro. Afinal de contas, vivemos na merdaleja e o António só andou uma vez na vida sobre os carris e é louco por comboios. Vai daí, decidimos poupar na gasolina e mostrar os transportes públicos aos putos.
Eu pude reviver os meus tempos de faculdade, em que apanhava a carrêra e o comboio e ainda usava as pernas para andar centenas de dezenas de metros e eles puderam vibrar com a experiência, quais meninos da mamã, habituados apenas a quatro rodas.
Como é evidente, só eu é que acreditava que ficava mais barato ir de comboio para Lisboa, do que de carro. Levaram-nos o cú e as calças no comboio e as cuecas no metro.
E pude relembrar (ainda que com a atenuante de ser domingo) a experiência única que é andar numa carruagem sem ar condicionado (devem estar a poupar), com cheiro a chulé e a sovaco, assentos cheios de nódoas e migalhas, janelas sebosas, aliás, tudo seboso. Pude reviver a loucura de ouvir a malta a tossir para cima de nós e sentir os esporos virais penetrarem na minha bela pele e nariz.
Enfim, foi-se a memória esbatida e romântica dos meus tempos de faculdade, em que levava um livro que nunca lia, e senti de novo na pele, a ânsia da estação final que não chega nunca mais.
Foi idílico, sim. Idílico e caro como o caraças.

Brevíssima

Farta de ouvir falar em Portugal e em sacrifícios pelo país, como se um país pudesse ser dissociado do seu povo. Como se um país pudesse sobreviver às custas da "morte" dos que formam a sua identidade.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

sabedoria popular

Infelizmente, esta é uma frase que se aplica a imensas coisas e a outras tantas imensas pessoas. Uma frase que nos faz sentir pequenos pedaços de caganitas de cabra, no meio de tanta gente famosa por um qualquer motivo, que ainda nos escapa:
"Mais vale cair em graça do que ser engraçado".

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

I Work To Make a Living

Partilho aqui dois posts, de duas mães lutadoras, que me deixaram ainda mais reflexiva e com tendências homicidas.
Será que aquele vegetal, que aceitou o cargo de Ministro das Finanças, com o seu discurso distante e monocórdico, qual autómato deslocado da realidade, imagina quanto custa o material escolar dos putos? Será que ele faz contas ao preço da carne e da fruta? Será que ele sabe quanto custa um litro de leite, ou o passe social? Será que ele sabe que vive num mundo com pessoas de carne e osso, que sentem e pensam? Que vivem na mais prostituta das dificuldades e que ainda têm que o escutar (se conseguirem manter-se acordados) a pedir para fazerem mais sacrifícios?
O que é que queres que o povo faça? Que se suicide?
E que tal enfiar os sacrifícios pelo orifício acima?

Post 1
quando chego ao ponto de achar que o Cavaco é que tem de resolver isto e pôr aquela merda toda na ordem sei que cheguei ao fundo do poço.o Cavaco????eu a achar que esse gajo tem que pôr as cenas em ordem????alguém me espanque por favor.
não sou nem mais nem menos que o resto do povo.já não tenho palavras a dizer,nem coisas de que me queixar porque já me queixei e lamentei de tudo o que havia.estou farta,farta e saturada.eu e toda a gente.e volta e meia ainda penso "ainda bem que tenho trabalho".sim,pois tenho,tenho um trabalho que basicamente me impede de dormir na rua porque depois de pagar todas as contas o que sobra pra comer é quase nada.se calhar mais valia dormir na rua e andar de barriga cheia.deixar-me ficar ali pelos bancos do jardim,a conviver,a ver passar os carros e as pessoas,a ser mais eu.
eu queria muito poder jantar fora de vez em quando,ir a um cinema,esplanar sem me preocupar em beber mais que um café,pedir um sumo caramba!comer um bolo!comprar uma t-shirt!beber uma cerveja ao fim do dia.e não posso.nem eu nem basicamente ninguém.porque esta conversa não sou só eu,são todos os que se vêem impedidos de gozar a puta da vida porque os cêntimos estão contados,são todos os que não têem um vencimento (mesmo que seja reles) no final do mês,são todos os que se desunham para poder pagar as suas contas.nós não queremos aproveitar um passeio grátis ao jardim.nós queremos ir ao jardim e ficar um bocadinho na esplanada a beber umas minis.nós não queremos aproveitar todas as borlas,nós queremos ir onde nos apetece e fazer as coisas acontecer.nós não queremos o ordenado só para pagar as contas,nós queremos que sobre um bocadinho para poder aproveitar.
e nada,não sobra nada.só um grande vazio à frente dos nossos olhos,nas nossas vidas.



Post 2
Ver que não há nenhum buraquinho na vida laboral para mim começa a ser angustiante. E já sabem que eu não sou esquisita e vou a todas. Não me identifico com as profs que aparecem nas notícias a dizer "tirei o curso via ensino em História, não sei fazer outra coisa agora o que faço?" como se o estado me devesse um emprego só porque tirei o curso que quis. Anyway, no ensino, nem naqueles horários incompletos ou AECs tenho hipótese, pois há milhares de professores "antigos" sem colocação. Quando ao resto, já fui a várias entrevistas e não fiquei em nenhuma das ofertas. Mas olhem que com perguntas tão estúpidas como "Why do you work?", o que é que querem que eu responda senão "To make a living" ?(na minha cabeça estava a dizer "To make a living, you twenty-year-old bitch who knows nothing about life")
Agora tenho uns psicotécnicos marcados, já treinei e já percebi que sou um zero à esquerda com essas coisas.
(...)

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Vítogue Gaspague ZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZ

Este gajo dava aulas?
Haveria distribuição de babetes, almofadas e ursinhos de peluche à entrada das aulas dele?
Ele devia pensar seriamente em investir num daqueles aparelhos que transformam a voz. Devia falar para uma merda que reproduzisse a voz dele com som robótico, ou de gaja sensual.
Só me apetece enrroscar-me em posição fetal, meter o polegar na boca e deixar-me morrer ao som da voz dele.

É importante amar

Gosto de ouvir as desculpas racionais dadas por quem não partilha a vida com alguém.
Gosto de ouvir as razões construídas por aqueles que defendem que não amar alguém, não é assim tão mau. Nós bastamo-nos, somos tão auto-suficientes, que o nosso amor próprio chega.
Gosto de ouvir que assim não há dramas com tubos de pasta de dentes espremidos pelo sítio errado, tampos da sanita por baixar, ou mau humor matinal.
Gosto de todas essas justificações.
Gosto, porque sei que são como a história do “casamento molhado, casamento abençoado”. São só coisas que inventamos para nos sentirmos melhor. Ninguém gosta que chova no dia do seu casamento, tal como ninguém se importaria de trocar um tubo de pasta de dentes sempre espremido correctamente, por uns pés quentes no inverno, ou um tampo de sanita levantado, por um brinde a dois.
É importante vermos o lado bom de estarmos sós, sim. E ainda mais importante apreciarmos a nossa própria companhia. Mas é fundamental estarmos cientes de que todo o ser humano vive de afectos e que as desculpas que desenterramos para nos sentirmos menos sozinhos, são apenas isso. Desculpas.
Quero acreditar que ninguém nega um grande amor, porque põe em causa a ordem da casa de banho.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Lista de compras

5 granadas de mão
2 bazucas
2 pistolas de pregos
Uma lata de gasolina (vai ter que ser uma para encher isqueiros Zippo, porque a gasolina está cara como o caralho, mas dá para o gasto)
1 alma humilhada ao ponto do piaçaba
2 ânus rotos e com graves crises de hemorroidal governamental
20 sacos de farinha metafórica, cheios de indignação
20 sacos com farinha a sério, para atirar a várias trombas
Bacios com merda a perder de vista

Não quero saber de lutas constituicionais e verbais, uma vez que as leis no nosso país, incluindo a Constituição, têm o mesmo valor que um rolo de papel higiénico. Eu quero é molho.

Onde é que é a manifestação?

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Eh, Dama!

Há qualquer coisa nos discursos das mulheres dos candidatos a Presidentes dos Estados Unidos, que me dá vontade de cair sobre o chão enlameado e rebolar-me a rir.
Aliás, não sei o que me dá mais vontade de rir. Se ouvir as futuras Primeiras Damas falarem de amor e da integridade do seu homem, ou as expressões lacrimejantes de quem as escuta.
As mulheres dos candidatos republicanos surtem um efeito ainda mais especial em mim, pois alucino e visualizo-as com um avental, saltos altos, cabelo cheio de laca, a tirarem tartes de maçã do forno e a levarem o jornal ao seu homem, juntamente com uns chinelos, após um dia de labuta.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Nível de cafeína no sangue

Meia caneca de café às 7 da manhã.
Um café na tasca mais próxima às 9.45
Às 10.15 um Nespresso.
Às 13.20 meia caneca de café.
E o dia ainda é uma criança.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Lacrimejo neste instante

Neste momento, em que o país arde, a gasolina está cara como um pénis nigeriano, as pessoas contam os trocos para comer no self service do Pingo Doce, sem poderem usar o cartão multibanco, o governo pondera acabar com os benefícios fiscais para pais com filhos deficientes, ao mesmo tempo que pondera mais mil e uma maneiras de foder o povo em geral e o funcionário público em particular, o que me importa mesmo nesta vida, é a tristeza do Cresteane Ronalde, face à perspectiva de levar com uma talhada fiscal no seu ordenado mínimo.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Book Lovers / Um policial e um romance

Stieg Larsson, A Rapariga que Sonhava com Uma Lata de Gasolina e um Fósforo
O número 2 da trilogia Millenium.
13,50 euros, com portes de envio para Portugal

O Beijo, a paixão de Gustav Klimt, de Elizabeth Hickey
10,00 euros, com portes de envio para Portugal

Se quiserem ficar com esta pérola da literatura policial sueca e/ou com este romance, que envolve um dos meus pintores de eleição, mailem-me para:
avontaderegresso@gmail.com


domingo, 2 de setembro de 2012

Magali, Cherie

Porque existem gostos para tudo, num mundo ideal haveria espaço para todo o tipo de escritores, sem tabus.
Num mundo ideal conviveriam românticos, pategos, profundos, exotéricos, filantropos, Prémios Nobel e prémios pimba, sem complexos, nem críticas e com mente aberta.
Não há que ter vergonha de ler Margarida, tal como não há que ter vergonha de ler Saramago,as previsões astrológicas da Maya, ou o último romance de Fátima Lopes. Ler é sempre bom. Quanto mais não seja, para estimular neurónios, aniquilar outros tantos, quando for necessário, abstrair, pensar, fazer cocó ao som de uma história, quando o intestino é preguiçoso, relaxar, aprofundar.
Por tudo isto, sempre achei que havia lugar, sim senhora, para a Margarida e tentei sempre controlar a vontade de entrar na onda de snobismo contra os seus livros e morder a minha própria frustração por não conseguir vingar no mundo editorial, convertendo-a em energia zen.
Agora, ponham-me esta senhora a falar e tudo muda.
Será que ela também escreve como fala? Será que o seu mundo é mesmo assim como ela o diz. Um limbo algures entre a adolescência e a vida de liceu?
Homens gostam de gansters e tiros e não organizam bem a loiça na máquina e mulheres passam horas ao telefone (Deus me livre e guarde) a falar de sentimentos?
Gordas podem falar de tudo e serem javardas à vontade, que ninguém lhes leva mal, porque ninguém lhes quer saltar para a cueca. Já as magras têm que ter cuidado com o que dizem?
Tenho uma novidade para ti, Magali. No teu caso, duvido que haja muita gente, com mais de 15 anos, a querer saltar-te para a cueca, depois de te ouvir falar durante dois minutos. Desconfio mesmo que, para que uma relação dure contigo, terá sempre que envolver fita adesiva, mordaças, ou deficiências auditivas.




quinta-feira, 30 de agosto de 2012

A quem tiver a bondade de me responder, por favor:

MASQUESTAMERDA????!!!!!!!!



Dizem que da crise renascem e criam-se talentos desconhecidos.
Mas até nisso a nossa crise é fatela. Cocó é a única palavra que me ocorre depois de ouvir isto. Vontade de fazê-lo, de gritá-lo, quem sabe até cantá-lo.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Não querendo generalizar, mas generalizando

Digam o que disserem, somos um povo peneirento.
Os nossos médicos são peneirentos, os advogados peneirentos são, os estudantes da grande maioria dos cursos são peneirentos. Os nossos políticos, meu Deus, os nossos políticos são peneirentíssimos e mesmo quando decidem ir para o trabalho de mota (sim, eu própria caí na esparrela desse quadro encenado) são peneirentos e afastados da realidade. Nada a ver com os ministros do Norte da Europa que vão para o trabalho de bicicleta e comem na cantina com o resto da malta, como se isso lhes tivesse na massa do sangue.
Agora, o que me deixou de queixo caído até aos cabelos, foi aperceber-me que também temos emigras peneirentos.
Ontem, quando entrevistados numa bomba de gasolina sobre como o aumento dos combustíveis os afectava nas suas vindas à terra, todos eles afirmaram, do alto da sua grande vaidade, que não lhes faz la diference e que lá em Paris de França também não deixavam de ir abastecer por causa dos preços.
Esta mentalidade do trolha, ou taxista em Paris da França, que chega ao Tugal e dá ares de sultão das arábias, é rigorosa e absolutamente fascinante.

*E ignorem toda e qualquer semelhança deste post com um post peneirento.

domingo, 26 de agosto de 2012

Sim, é isto

(...)"O amor e o casamento estão assentes em trabalho e cedência. São baseados na capacidade de ver o outro tal como ele é. Sentir a desilusão e mesmo assim decidir ficar por perto. São baseados em compromisso e conforto e não numa espécie de reconhecimento súbito e histérico"(...) "Se te apoiares na magia e no misticismo, assim que as merdas acontecerem, assim que a vida interferir, a magia vai desaparecer e ficas sem nada onde te agarrares" (...)

*Retirado deste livro, cujo título e a capa delicodoce seriam o suficiente para me manter afastada das suas páginas, mas como foi recomendado pela menina que o traduziu, fui em frente e acabei por lê-lo em modo compulsivo.

Licença de porte de canídeos

Mais do que não aguentar as notícias dos ataques de cães de raça perigosa, estou pelos cabelos com os maluquinhos dos animais, que saltam em defesa do bicho abatido, com verdadeiro espírito terrorista contra quem acha normal que um bicho que mata uma pessoa, desapareça do mapa (sim, também tenho pena que o dono não possa sair de algemas).
Haja anilha para tanta pessoa tontinha.
A sério.
Eu jamais compraria uma arma, tal como jamais compraria um cão com mandíbulas de tubarão e instintos agressivos. A primeira, porque não tenho sangue frio, nem pontaria para ousar premir um gatilho. A segunda, porque não sou uma pack-leader, como diz o mítico Encantador de Cães. Acabaria por ser dominada pelo meu cão-arma, juntamente com o resto da minha fraca matilha.
Ou seja, conheço os meus limites e não sou maluca de os pôr à prova, colocando vidas em risco.
Não preciso de um certo tipo de cão para me afirmar, tal como não preciso de um Ferrari para projectar o tamanho da minha pila, até porque não tenho pila.
Aos tontinhos que tratam cães como pessoas e que se exaltam de cada vez que lhes lembram que os cães são animais, e que até agradecem serem tratados como tal, isso é capaz de se resolver com uns comprimidos. Se não, experimentem um açaime.
E sim, já sei que existem raças pequenas extremamente agressivas, mas nunca se ouviu falar de uma criança morta por um chiuaua.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

ET Muuuuuuuu

Sei que tenho que levar o António a ver o gado, quando a irmã está a ver o filme ET na televisão e ele grita: VACA, VACA, VACA! de cada vez que vê o pequeno extra-terrestre.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Um dos anúncios mais intrigantes de sempre

- "Quantos é que somos? Dez milhões? Dez milhões? Quatro bolas de ouro. Quatro bolas de ouro."
Ainda não percebi se é publicidade a um vinho, ou a um bolo de cogumelos mágicos.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

A vida como ela é

A vida é, também, dor, perda, decepção, lágrimas, abismos e solidão.
A vida é, também, injusta.
A vida não é, só, felicidade e sorrisos e coisas bonitas e gente boa que não decepciona.
A vida é o bom e o mau, a dor e o alívio, o abraço e o desprezo. O pavor e a coragem.
A vida é merdosa e maravilhosa. É começo e fim.
Tentar fechar os olhos a qualquer um dos lados, tira-lhe a plenitude.
A sabedoria está em aceitar que é assim, em não querer forçar só momentos felizes, porque é suposto ser-se sempre feliz.
A sabedoria está em continuar a acreditar que é possível voltar a sentir o sol, depois da sombra. Ou, para os verdadeiramente sábios, conseguir sentir momentos de calor, quando tudo está coberto de neve.
Mas são muitas as pessoas que sentem medo da escuridão e que tentam a todo o custo negá-la, fechando-lhe os olhos. Esquecendo que a verdadeira escuridão, é a de quem se recusa a ver a vida como ela é. Feia e bonita.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Para Ti

Queria levar-te a dor embora.
Queria poder soprar um desejo de paz e que a paz acontecesse para ti, sem que tivesse nome de fim.
Queria poder arrancar-te as angústias e afirmar-te, com a certeza daqueles que tudo viveram e sabem, que tudo ficaria bem, que poderias descansar dos medos, abismos, dúvidas e solidão.
Queria descobrir-te um amor que te visse tal como és por dentro, esquecendo todas as outras camadas que, apesar de terem feito de ti quem és, impedem tantos de chegarem aí, onde tudo é bonito e profundo, com medo de se magorem, por te amarem tanto.
Queria fazer com que acreditasses que sim, que é mesmo possível, porque coisas boas são possíveis para ti.
Queria dizer-te que ficarás bem de qualquer forma, pois a tua forma é daquelas que transcendem conceitos e estéticas.
Podes ter que abrir mão de algumas coisas que te acompanharam e que compõem o que és por fora, mas a tua força, a tua beleza, está toda aí dentro. Dentro de tudo aquilo que importa. Dentro de ti.
És a minha heroína.
E sim, tudo vai ficar bem.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Coisas demasiado fascinantes para passarem em branco

Porque é que a senhora, ou o senhor, que tenta vender-me um colchão, um fogão, uma almofada, um aquecedor, um esquentador, um penso higiénico, tem sempre um produto igualzinho em sua casa e está muito satisfeita?
Porque é que certas pessoas que põem à venda o que quer que seja, parece que nos fazem um favor quando nos mostramos interessados em comprar?

Novo Estilo de Vida

Não sei jogar xadrez, nem percebo muito de estratégias de marketing, nem de auto promoção da minha básica e desinteressante pessoa.

Estou farta de gerir a vida real e tentar aceitar que também há quem gira a vida virtual, com profissional afinco.
Estou cansada de pessoas cuja vida gira em torno de uma página de internet e que vão deitando lenha, ou água nos status e posts, conforme as suas carências.
Ah, agora preciso de atenção, vou dizer isto.
Ah, agora preciso de 100 comentários, vou inventar aquilo.
Agora vou bloquear este para não ver isto que publico.
Agora vou permitir àquele que leia aquilo que me convém.
Agora vou animar isto um bocadinho e fazer um status misterioso, à medida do que preciso.
Agora vou criar suspense, agora vou amuar, agora vou bloquear, trocar amigo por conhecido, gerir quem vê fotos, status, partilhas e o diabo a sete.
Ah, queres ver o que é que é bom para a tosse, meu sacana? Lixaste-me a vida, disseste mal de mim? Então toma lá, vou desamigar-te do facebook!
Não tenho ânus suficientemente largo para esta merda supostamente séria, mas que, se formos a ver bem, é de um ridículo extremo.
A partir de hoje escreverei o link nos favoritos, para que não me esqueça jamais da importância relativa a dar a este novo modo de vida:
www.queroqueofacebooksefoda.com