terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Vou passar a fazer as minhas próprias t-shirts

Há quem passe os dias a formar equações mentais, fórmulas matemáticas, teorias abstractas, absolutas, números empilhados, subtraídos e ao quadrado.
Eu passo os dias a dobrar roupa lavada, a arrumar loiça e a formar frases dentro da minha conturbada mente.
Quanto mais ansiosa ando, mais frases se formam, como numa banda desenhada, cheia de balões de pensamento sobre a minha imagem domesticamente pateta.
Vai daí, pensei que podia imprimir estas frases em t-shirts e fazer fortuna. Podia abrir uma livraria onde se vendessem livros, bolos de chocolate, café e, claro, as t-shirts com frases estúpidas, lamechas, inteligentes à brava, sentimentais, cómicas, irónicas e, para variar um bocadinho, fazer uma coisa que me desse gozo.
É quando dobro as cuecas e tento encontrar o par das meias azuis escuras, separando-as das pretas, que as "melhores" frases me chegam, em ondas de inspiração orgásmica:
Não te Esqueças de Ler Para Esquecer.
Come Chocolate, Lê Livros, Sonha Alto.
Preocupa-te Menos, Lê Mais.
Lava Menos Loiça, Lê Mais.
Faz Amor, Lê Livros, Chora menos.
Lê para curares as dúvidas.
Quem lê é quem é.
Quem Precisa de Um Amante, Quando Tem Um Bom Livro?
Lê-me, Que eu Gosto.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

O Homem Mais Charmoso da noite



E o filme "Beginners", pelo qual ganhou a oscareta, também não é nada de se deitar fora, não senhor :)



Nota final e demasiado relevante para não ser comentada:
O Billy Crystal está viciado em botox e a Sandra Bullock fez qualquer coisa à cara, que a deixou tlemendamente palecida com os novos memblos do Conselo Gelale da Edp.
Depois disto, acho que estou perfeitamente capacitada para integrar equipas de crítica cinematográfica, numa qualquer revista da especialidade. Aguardo ofertas.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Descubra as Diferenças

E em noite de Óscares, deixo aqui o meu contributo para a história da crítica cinematográfica:




O que não quer de todo dizer que não tenha gostado do filme do Spielberg.
Já do tão falado Hugo Cabret, vou ali meter as mãos no meu próprio gasganete e apertar até tossir as entranhas.
Sim, tem uma beleza visual grande e grandes planos e grande realizador, mas quando os formigueiros invadem as minhas articulações e os bocejos saem em catadupas de baba da minha boca, a coisa não é boa.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

O meu novo Fetiche (em termos de ódio, entenda-se)



Mandarei fazer um alvo para pendurar na parede com a trombinha deste menino betinho.
Atirarei ovos bastante podres, tomates bastante maduros e fraldas fermentadas na direcção desta carinha de mete nojo, ai que não posso, ai que sou tão importante, ai que tenho um garfo espetado na anilha, ai que sou deputado, ai que bonito que sou, ai que vou debitar mais uma tirada profunda e pedante para a corja dos funcionários públicos.
A sério que este menino pode dizer o que lhe apetece e ninguém lhe dá umas vergastadas naquele tu-tu, ou estalos sucessivos naquela trombinha de mete nojo?

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

O que pensar...

De um médico que tem dezenas de desenhos de pacientes infantis colados nas paredes do consultório?
Bem, dizem vocês. Pois claro. Um puto que se dá ao trabalho de fazer um desenho ao seu médico. Isto revela muito acerca - quanto mais não seja - da simpatia do senhor.
E sim, o meu olhar tranquilizou-se perante tantas manisfestações de carinho. Até ao momento em que se deparou com um desenho bastante infantil, cuja dedicatória era:
Adoro-te, meu otorrinolaringologista.
A partir desse momento fiquei estupidamente desconfiada que era o próprio médico a fazer os desenhos na parede.
Sim, eu sei. Estou a ficar louca.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Pessoas Chatas (que não se podem coçar)

As pessoas chatas não acham graça a si mesmas, nem aos outros. É tudo muito sério, muito ofensivo, muito tudo.
Enquanto nós, seres patéticos e inferiores, rimos, como perfeitos idiotas que somos e deixamos as lágrimas escorrerem, a barriga entrar em espasmos dolorosos e o corpo descomprimir. As pessoas chatas colocam a sua cara de chatas e nem com uma lanterna frontal na testa, conseguem encontrar a graça que nós, portadores de qi inferior à média e moral bastante duvidosa, encontramos à primeira cavadela.
As pessoas chatas são, regra geral, moralistas e adoram uma bela lição de monotonia harmoniosa e bocejante sobre o mundo perfeito e à prova de gozo que nos rodeia, quer dizer, que as rodeia, às pessoas chatas.
As pessoas chatas são um objecto de tortura social para a minha pessoa e lamento que não haja mais aulas de yoga de riso gratuitas, ou cócegas forçadas, para quem precisa de descontrair a musculatura facial de vez em quando.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Nervoso grandinho

Fiz o curso de Direito, com direito a orais obrigatórias a todas as cadeiras. Ninguém dispensava de ir ao castigo oral, por muito boas que fossem as notas na escrita.
Queria a minha faculdade distinguir-se por formar alunos exemplares (ahahahah). Um aluno de Direito teria que saber articular-se, que saber falar, saber desenrascar-se, sem cábulas nos códigos que lhe valessem.
Vai daí, depois de ter passado por dezenas de orais e de ter perdido alguns anos de vida (quase todos, diga-se de passagem) com o nervoso que sentia, de cada vez que tinha que me submeter a esse castigo, perdi os nervos para quase tudo o resto na minha vida.
O quê? É preciso ir ao dentista? Canja de galinha, comparado com as orais.
O quê? É preciso ir parir? Isso não é nada, perante a recordação de algumas humilhações públicas pelas quais passei nos exames orais.
O quê? É preciso ir arrancar o dedo mindinho? A sério? Piece of Cake. Houve muitas vezes em que dava o meu mindinho para alguém ir fazer o exame oral por mim.
E assim foi. O curso teve o condão de me tirar os nervos para tudo o que veio a seguir na minha vida.
Até ao dia de hoje:
Já é certo que a Alice vai tirar os adenóides e pôr drenos nos ouvidos. Já tem a consulta com a anestesista marcada e eu nunca me senti tão nervosa na minha vida.
Sim, chamem-me piegas, cretina, exagerada, mãe-galinácea. Eu sei que é super simples, blá, blá, blá. A minha cabeça sabe isso tudo. Mas o meu coração pára de segundo a segundo e eu borro-me de cada vez que inspiro e expiro.
Uma coisa sou eu, outra coisa, aliás, outro departamento, são os meus filhos.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Olhá c'á coisas /ou Separados à nascença

Sou só eu que encontro semelhanças assustadoras entre estas quatro míticas e incontornáveis personagens da vida rural, ups, real?
Miss Pipoca

Miss Piggy

O Arrumadinho

O Betinho

São todos eles ambos irmãos e não sabem.

*Tirando a minha ídola, Miss Piggy, mais ninguém me autorizou a rapinar imagens da internet. Por isso, o mais provavel é incorrer numa pena suspensa, ou de trabalho cívico a limpar grafitis dos muros da cidade. Desde já, as minhas desculpas e auto-vergastadas públicas por este acto insano da minha parte.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

A (puta da) Loucura

No meio de tanto défice cerebral, de tanto vício, compulsão, ou carência química. No meio de tanta deturpação enlouquecida, de tanta inversão moral, de tanto recalcamento, trauma e outros que tantos tormentos do passado e do futuro. No meio de tanta merda ao contrário e de tanta gente pouco sã, permanecer mais ou menos saudável, é tarefa para deixar qualquer um maluco.
É impressão minha, ou o mundo é, cada vez mais, dos loucos?
Isso, ou estou a ficar maluca.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Pessoas assim-assim

Sei que já falei dos maus mentirosos, mas hoje é dia de falar dos mentirosos medíocres. Aqueles que tentam detalhar a peta, ornamentando-a com pequenas petazinhas decorativas, mas ao fazerem-no, estragam o cenário todo, com aquele pequeno detalhe decorativo.
Podem conseguir enganar os distraídos e crédulos, mas aqueles mais atentos, os que reparam no detalhe fora do contexto, sabem que a peta está ali.
A arte da boa peta não é, de todo, para todos e muito menos para as pessoas assim-assim.
Ando assim-assim cansada das petas alheias e a precisar urgentemente de uma lufada de sinceridade na minha vida.
Também acho fastidiosas as pessoas que fazem tudo mais ou menos. As que ajudam um bocadinho, de acordo com as conveniências, as que dão apenas meia força, porque não conseguem ir além das suas forças, as que escutam apenas o que lhes convém e dizem apenas o que lhes interessa.
Enfim, pessoas assim-assim, queria dizer-vos que vos acho um imenso marasmo de monotonia e que não adianta mentirem assim-assim comigo. Chega a ser triste a forma patética como vos vejo esvoaçar, em plena divagação, quando vos vejo completamente despidos, sem a peta. E aquilo que vejo é triste.

Dia 4 de Fevereiro



No dia 14 de Fevereiro e com 10 dias de atraso em relação ao teu segundo aniversário, escrevo-te aqui, meu filho doce e de pele suave, que te amo.
Sei que me entendes, quando passo a mão pelo teu cabelo curto e te peço paciência comigo, pois nem sempre sou o poço de paciência materna que era quando a tua irmã era mais nova e era apenas ela.
Sei que sabes que te quero, quando nos abraçamos de olhos fechados. Sei que sentes que te amo, que te respiro e inspiro, que te aceno com saudade a cada pequeníssima despedida.
Sei que sabes que adoro ver-te na janela à minha espera, sei que sabes que adoro os nossos almoços e que adoro ouvir os teus suspiros de prazer, enquanto mastigas o que quer que seja que eu cozinho e me sorris, cúmplice.
Contigo é tudo tão diferente, mas tão infinitamente bom.
Puxas-me, louco de alegria, sempre que vês a lua no céu e obrigas-me a pegar-te ao colo, para melhor espreitares a imensidão escura e densa que te emociona, como se elas, a lua e as estrelas, pudessem fugir a qualquer instante, e eu peço interiormente que nunca esqueças as luas e as estrelas todas que vimos juntos, na janela da nossa casa, na nossa vida, meu amor.
Parabéns. E espero que tenhas gostado do teu bolo :)

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Há coisinha mais horrenda

Há coisinha televisiva mais horrenda do que os anúncios da Optimus, com a música dos Beatles?
Todos eles, sem excepção, foram vomitados por cada um dos orifícios deste organismo que vos fala. Mas este último com o Marco Paulo a cantar em inglês foleirez, arrasa comigo. ARRASA COMIGO.

Didn't We almost have it all


Hoje dei-me conta da quantidade de músicas dela que (ainda) sei de cor. Hoje lembrei-me dos desgostos de amor chorados, dos slows dançados, dos beijos trocados, ao som das suas músicas e da sua maravilhosa voz.
Hoje lembrei aquele primeiro single alegre de uma jovem de calças de ganga e top branco que Just Wanted To Dance With Somebody e chorei um bocadinho, tal como já tinha chorado um bocadinho quando a vi na Oprah, disforme e queimada por anos de abuso e consumo de drogas.
Enfim, um desperdício e um vazio imenso no grupo das grandes divas da banda sonora da minha vida.
Nunca fui grande fã da Celine Dion, nem da Mariah Carey, nem de nenhuma dessas grandes pirosas da música pop, mas a Whitney, meu Deus, a Whitney sempre teve um lugar cativo no meu coração, até porque foi ao som de uma música dela (I Look To You), que passei o dia do nascimento do António, contando as horas para dar entrada no hospital e imaginando como seria o meu filho, dedicando-lhe em silêncio aquela música.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Crónica de uma gruta publicitária



Tal como acontece com os cotos de sabonete no interior da casa, no exterior, existe uma guerra antiga entre os habitantes deste chalet:
A retirada dos jornais gratuitos, panfletos que anunciam excursões ao restaurante Zé dos Leitões e ao Freeport Alcochete, cartõezinhos com nomes de canalizadores, jardineiros, domésticas, baby-sitters carinhosas, prostituição ao domicílio, enfim, penso que todos vocês que não conseguem manter o autocolante do "PUB NÃO, OBRIGADO" colado na porra da caixa do correio (porque vos gamam o mesmo), acreditarão que não estou a exagerar, quando vos digo que habita na minha caixa do correio, uma pequena floresta de papel.
À medida que os dias passam, vejo-o pescar a correspondência no meio do lixo com minucioso cuidado (vá, eu também), para que nada verta para o exterior do pequeno compartimento. Tira o que lhe interessa e volta a enfiar tudo lá para dentro. Até ao dia em que a nortada lhe dá com força (à portinha do correio, entenda-se) e é ver o jornal A Dica e tudo o que é merda de papel, espalhado pelo jardim, agarrado às sebes, colado às paredes, dilacerado pela relva. E ele, querido, passa-lhes por cima com devotado cuidado, com carinho até. Rodeia folhas, dá a volta a uma página rasgada, até ultrapassar todos os obstáculos.
É enternecedor ver que há coisas com as quais podemos contar sempre, que não mudam mesmo. Dá uma sensação de segurança.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Crónica de um coto de sabonete

Existem coisas da intimidade doméstica entre um homem e uma mulher, às quais já me habituei sem grandes dramas.
Não queres tirar o rolo do papel higiénico vazio do suporte?
Tudo bem, há coisas bem piores na vida. Eu tiro, sem grande drama. Apesar de o esforço físico empreendido na tarefa me desgastar o pulso, eu faço-o uma e outra e outra e outra vez, até me sentir a Dama do Rolo do papel higiénico.
Ele acaba o champô e não deita o frasco vazio fora. Fica ali a enfeitar a banheira, dias a fio, enquanto vai usando o meu champô e o das crianças, sem piar? Tudo bem, como gaja prática, desenvolvi o hábito de ir agitando os frascos, sentindo-lhes o peso com uma mão, enquanto esfrego o cabelo com a outra. Multi-tasking é o meu nome do meio.
Mas no meio de todas estes pequenos dramas domésticos sem importância, existe um em particular que não consegui ainda tolerar e que tem ajudado a entupir as minhas artérias de um veneno chamado stress raivoso:
O Sabonete gasto. Ele termina o sabonete e deixa o coto ressequido e cheio de rachas, sob o sabonete novo. Ou seja, se não sou eu a deitar fora o fóssil carcomido, teriamos hoje um Empire State Building de cotos de sabonete.
A semana passada cheguei ao meu limite e, farta de gastar palavras, passei à acção. Peguei no coto e deixei-o ao lado do lavatório, qual prova irrefutável de desmazelo masculino.
Não reparou.
Dia seguinte: Pego no coto e espeto com ele ao lado do desodorizante masculino.
Não reparou.
Dia Seguinte: Pego no coto e enfio-o em cima da escova de dentes dele. Afastou-o e pousou-o com carinho ao lado do lavatório.
Dia Seguinte: Pego no coto, fecho o tampo da sanita e pouso-o sobre o tampo. Ahahaha, penso eu, com esta é que não estás a contar. Vais ter que perceber, vais ter que aprender. Aguardo em ânsias expectantes a lição que tudo aquilo lhe ensinará.
Feita estúpida, vou fazer xixi e deito o coto fora.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Epidural, para quê?

Alguém meteu as vistas num programa bastante péssimo no TLC (só podia), cujo tema principal não consegui deslindar, mas que metia uma mãe que teve um orgasmo quando pariu e ficou felicíssima e fez disso alarido público?
Depois ficou muito decepcionada, porque no nascimento do segundo filho não teve outro orgasmo.
Será que a mulher, quando o puto crescer, lhe contará: Ai filho, que lindeza de momento comovente e sensual que foi o teu nascimento. Olha aqui o filme, não foi lindo? Agora sou eu a gemer de prazer, enquanto tu me provocavas orgasmos múltiplos.
Sabem aquele mulherio que se pela por contar, a outras grávidas, a história dramática do seu parto, que envolveu duzentas horas de trabalho de parto, transfusões, rasgões, pontos, enfermeiros e médicos fdp e experiências de quase morte? Pois, nada a ver. Este é um relato Kama Sutra do parto.
Quanto a mim, dispenso ambos os dois eles, os relatos.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Não Sei como é que Ela Consegue



Depois de ter ido ver "As Marretas", como bem diz a Alice, pois o filme é uma verdadeira marretada na cabeça de tão mau, cheguei a casa e pus-me a ver este pouco promissor filme. Com a sempre igual Carrie e seus sempre iguais sorrisos e muletas de medíocre actriz, a coisa não prometia a ponta de uma cornada, mas eu sou fraca e também preciso dos meus momentos light de vez em quando, por isso lancei mãos a este empreendimento de dar o benefício da dúvida a um filme que tem tudo para ser uma bosta.
O problema é que o filme foi tudo menos light para mim. Se já tinha levado com uma marreta de sono na tola, à conta dos Marretas, pois que levei com uma marreta de más recordações, ao ver esta mãe que tenta singrar no trabalho e na maternidade em simultâneo.
Senti na pele cada borbulha de stress, cada alfinetada de impotência, cada batimento cardíaco acelerado e estou até agora com um amargo de boca, que não sei definir.
Porque é que é tudo tão mais fácil para os gajos?
É claro que o filme terminou com uma solução de compromisso e com um chefe irascível, que se revelou fofinho e compreensivo, mas a vida real nem sempre tem chefes fofinhos e compreensivos e a maior parte das mulheres que quer singrar na carreira e ser mãe com todas as letras, acaba a ser derrotada pela ansiedade.
Posto isto, estou a dever um post ao meu filhote docinho que fez ontem dois anos.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Silvina

Se antes, quando era muito jovem e muito profundamente profunda, entendia que era necessário sofrer para dar valor à felicidade, hoje, mais para os quarenta, do que para os trinta, acho que, tirando aqueles grandes filhos da puta, ninguém deveria ter que sofrer. É claro que não podemos fugir ao sofrimento, nem negar que ele existe, nem fechar os olhos e esperar que passe. Às vezes é preciso aceitá-lo, suportá-lo, aprendê-lo, conversá-lo, cantá-lo, até. É preciso arrancar dele uma qualquer espécie de filosofia, para não ser totalmente vão, mas necessário? Não me façam rir, quer dizer, chorar. Não é necessário para nada.
Há quem viva horrorizado face à perspectiva do sofrimento alheio, há quem não queira simplesmente ter nada que ver com ele, pois bem bastam as chatices diárias que moem e deprimem. Para quê entrar em vidas que não nos pertencem? Para quê olhar o lado menos bom, se podemos fingir que nada é menos bom?
Tal como eu disse, o sofrimento não é preciso para nada, mas existe e, como tal, não sei fingir que não está lá, nem varrê-lo para debaixo de um tapete imaginário, só para não encher os meus dias da poeira dos outros.
Se ontem vos perguntei por um blogue à séria, hoje deixo-vos a minha mais importante descoberta no mundo dos blogues: Episódios de Rádio.
A Silvina deu-me toda uma nova perspectiva de como lidar com o lado menos bom. A forma despudorada e despretenciosa com que fala de tudo. Sem dramas exacerbados, sem levezas exageradas. Apenas com a grande e singela magia dos humildes, faz com que me ensine a respirar fundo todos os dias.
Parabéns, Silvina. Apesar de, muito provavelmente, não o imaginares sequer, és mesmo uma inspiração.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Qual é o vosso

Best of the best blogue?
O que é que me aconselham (partindo do princípio que alguém vai responder a este apelo desesperado).
Morro de preguiça de navegar em busca de blogues interessantes, o meu computador está mais lento do que nunca, por isso um bocadinho de papinha feita é o ideal para actualizar os meus favoritos :)