sexta-feira, 29 de junho de 2012

Don't Panic

A hiperventilar, com palpitações cardíacas, falhas musculares e suores frios.

A precisar de um cigarro de relva, de um ansiolítico bombástico, ou de várias garrafas de tinto.
Acabo de me aperceber de algo que tenho andado a evitar e a meter para debaixo da carpete da lembrança:
A minha filhota. A minha bebé, que ainda ontem nasceu vai para o 1º ano.
Não estou preparada para isto.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

O que é isso

das amantes do verão e quantas alíneas existem?
É um desafio sem fim?

com 3 letrinhas apenas

Apesar de tudo, não há companhia como a deles. Não existem, no mundo inteiro, abraços que me envolvam tão completamente como os pequenos braços deles no meu pescoço.
Não existem declarações de amor que cheguem à primeira letra da palavra Mãe, quando ela a escreve em todo o lado, declarando a importância que me dá.
Apesar de tudo, não existe na minha vida toda, nada, mas mesmo nada que se compare à sensação de os ver alegres pelas coisas pequenas e saber que consigo fazer com que se sintam seguros com a minha simples presença.
Apesar de tudo, ver o António correr para os braços da irmã, de cada vez que vamos buscá-la à escola. Vê-lo encostar a cabeça à barriga dela, deixando as saudades irem embora, ou correndo para ela, de cada vez que o repreendemos, é o meu secreto vício de amor.
Apesar de todas as queixas e de todos os desabafos, saber que os tenho nos meus dias, ainda me comove todos os dias e recordo com saudades todas as férias que passámos juntos, suspirando e fazendo projectos para as que iremos ainda passar.
Ninguém disse que era tudo mau :( Ninguém disse que era tudo bom :)
É assim para algumas doenças mentais e é assim para isto dos filhos.




terça-feira, 26 de junho de 2012

Bacancias

Em preparação espiritual e física para as férias na praia.
Espiritual, porque tenho rezado e feito várias promessas de idas de joelhos a Fátima, para haver menos birras este ano (o ano passado deteve o recorde de birras no areal).
Também tenho ingerido mais cervejas para ficar num estado de mãe zen e sem stress por antecipação.
Física, porque este ano iremos para uma praia que envolve escadas e procura de estacionamento. Já me estou a imaginar a carregar com o saco dos baldes, pás e formas, o saco das toalhas e cremes, a marmita com a feijoada, o entrecosto e as jolas, os guarda sóis e os pedidos de colo por causa da areia quente e das escadas e do cansaço.
Tendo em conta este cenário tentador, tenho andado a malhar para um arcaboiço invejável. Caguei na barriguinha plana e dura, eu quero é poder braçal.
Férias. Mal posso esperar :) Venham elas, que eu estou preparada!

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Poder para Dentro

Por mais estranho que pareça, não deixa de ser reconfortante sabermos com quem não podemos contar. Fechar com um pontapé definitivo a porta que permanecia entreaberta, a chiar e a deixar passar uma pequena corrente de ar, é poderoso.
Quando damos por nós, já não esperamos, já não perguntamos, já não duvidamos, já não entristecemos, nem empalidecemos e isso enche-nos de uma sensação de vitória.

domingo, 24 de junho de 2012

Mães Kodak

Todas as mães têm um lado kodak (a sua alma descanse em paz), que insistem em mostrar a toda a gente, como se fosse apenas esse o lado da maternidade. E como se assim, se convencessem que é tudo idílico. Quando olham as fotos daqueles abraços e sorrisos, logo desfeitos numa birra, ou num grito, depois de o botão disparar, sentem que é perfeito, como ouviram dizer a todas as mães kodak, como tem que ser, como deve ser, como alguém escreveu em algum livro de regras sagrado. E escondem a mágoa, a frustração de não ser bem como todas dizem que é. Devem ser et's, vai daí não partilham o menos bom, não desmistificam, não normalizam a coisa. Acham-se más mães por se sentirem fartas de vez em quando, acham-se umas grandes vacas por darem tudo em troca de um fim de semana a dormir, sem tarefas, sem birras, sem obrigações, sem rotinas (confesso que esta faceta se torna mais evidente a partir do segundo filho) e não ousam partilhar aquilo que sentem. No entanto, vemos as veias a pulsarem nas suas testas e nas suas expressões aparentemente tranquilas e bem resolvidas.
Eu queria dizer às mães que atiram as queixas para dentro de um buraco solitário, que amo imensamente os meus filhos, mas que esse amor é tanto mais saudável, quanto eu puder partilhar as frustrações e cansaços com outras da minha espécie e sentir que não sou única, que não sou vaca, que não sou besta, nem uma mãe dos infernos, por gostar de desabafar.
É claro que nem todas as mães têm assim tantas queixas quanto isso, principalmente quando têm ajudas para descansar de vez em quando e é claro que há putos mais chatos do que outros (constato isso sempre que vou a um parque e fico a achar os meus babys uns santos na terra), mas menos perfeição é bom. A sério. É saudável e não é caro.
Outro dia apanhei uma fotografia tirada aos meus filhos, em que ele se desfazia em gritos e lágrimas, porque a irmã o esmigalhava num abraço para a fotografia e pensei nisto.



Aqui fica de novo este vídeo perfeito (este sim, perfeito:))

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Esta é para a Silvina

Tirando o título, que lhe dedico, qual declaração delicodoce de amor fraterno. Não faço a menor ideia porque é que esta música me faz pensar na Silvina, mas faz.
Por isso aqui fica para ti, a versão sem o Sting, pois era a única que tinha letra.
É provavelmente a música mais bonita da Sheryl Crow e agora tem dona.



Volta a escrever, que tenho saudades.

Book Lovers 3

Hoje tenho estes dois para irem viver para outra casa:

A Bofetada

8,50 (com portes para Portugal)
VENDIDO!

Contagem Decrescente, do querido e amado Ken Follett


9,00 (com portes para Portugal)

Se estiverem interessados em levá-los para férias, e-mailem-me para:
avontaderegresso@gmail.com

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Nim, quem sabe um dia, talvez...

Seja com editoras que ficam anos sem responder a manuscritos enviados, seja com entrevistas de emprego, com mails, com contactos prometidos.

Seja com filhos, com parentes, com amigos, com pessoas que amamos.
Seja com o que for. Hoje em dia é raro dizer-se NÃO.
E o Não é uma palavra deveras importante. Dá para fechar portas e seguir em frente. Dá para virar costas e iniciar outro rumo qualquer. Dá para definir novas estratégias.
São só três letras que envolvem todo um sentido de respeito para com o próximo e que tornariam a vida de toda a gente mais fácil.
É chato termos que sondar os olhares, as palavras simpáticas, o silêncio da resposta prometida e ler nelas uma nega. Cansa e não dá certezas absolutas.
Por isso, deixo aqui um apelo, socialmente relevante, a quem de direito:
Digam não, quando é preciso dizer que não. Não é preciso assim tantos tomates, nem dá assim tanto trabalho. É apenas uma questão de civismo.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Na senda da melissa,

que fala de cenas de séries que a tocaram profundamente.
Deixo aqui duas cenas de filmes que me tocaram profundamente.
Não encontrei a cena do Portrait of a Lady, em que ela descobre, demasiado tarde, que aquele grande amigo, presente ao longo da sua vida inteira, sempre a amou. Mas este vídeo com as imagens do filme e a maravilhosa música da Katie Melua, vale a pena ver :)



E esta cena. A cena que me marcou para sempre e que me emocionou a diferentes níveis, de acordo com as fases da minha vida.
Na altura senti o desgosto de amor e acho que foi a primeira vez que chorei no cinema.
Mais tarde, vi a forma como ela tinha imaginado fazer o melhor pelos filhos e estes cresceram a acreditar numa mentira, moldando as suas vidas àquela mentira.
Hoje em dia vejo apenas que faria o mesmo pelos meus filhos e que essa foi a grande história de amor deste filme.
Vamos ver o que sentirei daqui a alguns anos...
No final das contas, tanto em livros, como em filmes, os finais tristes são os mais memoráveis, mas consigo lembrar-me de um par de filmes com finais felizes, que também guardo na melhor parte das minhas recordações. Mas isso fica para a próxima...




segunda-feira, 18 de junho de 2012

googlar desgostos de amor

Há uns anos atrás, escrevi um post sobre desgostos de amor, e é incrível como, passado tanto tempo (blogosfericamente falando), continuam a pingar comentários nesse pequeno texto.
Imagino sempre alguém insone, repleto de dores de corpo e de espírito, sem fome, ou com vontade de comer até rebentar. Alguém recentemente só e sem aquele ânimo que nos impele a partilhar as dores com os outros, porque as dores e os momentos lembrados a dois, as memórias, as fotografias que nos olham e que ainda não apetece rasgar, as viagens, os dias e as noites, foram nossos e não deles, dos que poderiam escutar-nos, mas sem compreender de verdade.

Um desgosto de amor é sempre nosso. Só nosso e estupidamente solitário.

Por isso, tenho que amar o Google e lamentar-me por, no tempo em que sofri por amor, não ter podido, com um simples clique e um motor de pesquisa, sentir-me menos só.
A todos os que vierem aqui parar por terem googlado "desgostos de amor", saibam que eu já estive nesse tramado labirinto e consegui encontrar a saída. E, agora que olho para trás, não tenho saudades nenhumas de ter sofrido por amor.



sexta-feira, 15 de junho de 2012

Book Lovers 2

Hoje estou a livrar-me de dois livros bem giros:


O Quarto de Jack

8,50 (com portes para Portugal)
VENDIDO!




O Ladrão de Sombras


8,00 (com portes para Portugal)
VENDIDO!

Se vos apetecer algum destes, mandem mail para:
avontaderegresso@gmail.com





Manteiga

Tive que abdicar da manteiga, por questões colesterólicas e, ao contrário do que defende o meu amado Tony Bourdain, não sinto que faça qualquer falta nos pratos tipicamente manteigosos.
Mousse de chocolate sem manteiga, fica vinte vezes melhor, sem aquele sabor enjoativo e com o sabor do chocolate realçado.
Cobertura de chocolate sem manteiga, fica vinte vezes melhor, pelos mesmos motivos.
Qualquer bolo sem manteiga, fica igualmente comestível e mais saboroso.
Fritar um bife com uma gota de óleo, fica bom.
Prefiro mil vezes um fio de azeite no esparguete, do que um naco de manteiga.
Não faz falta no puré de batata, nem no molho bechamel, como ditam todas as receitas culinárias.
Enfim, a manteiga que se fecunde em tudo quanto é prato.
Mas, porra, como, expliquem-me como é que se passa sem um pão com manteiga?
E não me venham falar em margarinas, nem marmeladas, nem doces de morango, nem em cremes vegetais, que a manteiga no papo seco não tem sucedâneo possível.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Acho que precisas de um wake up call



A selecção portuguesa não é composta apenas por ti. Existem mais pernas e mais pés e mais t-shirts suadas com números nas costas.
Quando alguém, que não tu, marca um golo pela selecção, seria engraçado mostrares algum entusiasmo, ainda que fingido bem sei, em vez de transmitires sempre essa imagem de: Devia-ter-sido-eu-a-marcar.


quarta-feira, 13 de junho de 2012

Amor é...

Não termos que encolher a barriga quando estamos sentadas perto dele.

*a primeira de muitas conclusões brilhantes sobre o que é o amor

terça-feira, 12 de junho de 2012

Book Lovers 1


Não sei se isto vos faz algum sentido, mas o espaço aqui de casa grita por ser reconquistado, e a realidade é que os livros estão caros, demasiado caros para podermos consumi-los ao ritmo de outros tempos.
Vai daí, lembrei-me de começar a dispersar os meus queridos livros pelas vossas mãos, a um preço justo, de forma a poder começar um novo ciclo: Utilizar o dinheiro da venda dos livros, na compra de livros novos, desfazer-me destes novamente e re-investir.
Não vou fazer leilões, nem nada que se assemelhe, mas vou colocar dois, ou três livros por semana e se estiverem interessados (agora que as férias se aproximam e as leituras de verão se impõem), enviem-me um mail para:
avontaderegresso@gmail.com
Deixo os links para os livros, de forma a poderem ver os preços reais, as sinopses e decidirem se vos apetece, ou não.
É de frisar que os livros aqui em casa não cheiram a mofo, nem padecem de grandes maleitas de ácaros :)
Então aqui vão os primeiros 2:

A Guerra dos Tronos - As Crónicas de Gelo e Fogo - Livro Um



8,50 euros (com portes de envio para Portugal)

A Queda dos Gigantes, do meu ídolo Ken Follett




13,50 (com portes de envio para Portugal)

VENDIDOS!

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Já tive a minha dose de Pais Nossos




Depois de ter assistido a mais um sacramento católico este fim-de-semana, desta feita a Primeira Comunhão de uma sobrinha, a distância entre a minha pessoa e a Igreja, adensou-se mais um bocadinho.
É fascinante verificar que, quantas mais vezes vou à igreja, missas, casamentos, baptizados, comunhões e afins, mais distante me sinto Dela.
A maioria dos padres fazem um belíssimo trabalho nesse sentido. Se é propositado, ou não, ainda não atingi, mas é giro verificar como eles erguem, com fervor católico, muralhas e barreiras e obstáculos logo à partida.
O discurso do padre para as crianças de 8 anos que comungavam pela primeira vez, fez-me pensar seriamente em deixar esta minha permissividade, este meu lado tolerante em relação ao que impingem aos meus filhos, ou em relação às formas com que lhes lavam o cérebro, uma vez que eles ainda não têm idade para raciocínios religiosos.
“Se não forem à igreja todas as semanas, Jesus vai-se embora de dentro de vocês”, foi uma das frases com que o padre nos brindou e com a qual deve julgar atrair, pelo medo, os putos todos que ali estavam.
Não seria muito mais salutar, ensinarmos-lhes em casa, dentro do seio da família, que devemos sempre ajudar o próximo, que devemos sempre praticar o bem? Sem levanta e senta rabos, nem entoações, nem rituais primitivos, nem frases cretinas?

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Ontem foi noite de...

Eu e a Melissa conhecermos finalmente a gralha e a Silvina.
E confirma-se. Por detrás de um bom blogue está uma boa mulher (neste caso mulheres boas também, mas isso não é de todo o mais relevante).
Cambada de mulherio mais inteligente, caraças. Obrigada por gravitarem no meu mundo, sinto-me estupidamente privilegiada.

terça-feira, 5 de junho de 2012

Eu não tenho o desejo ardente de saber

o que comem, onde dormem, onde fotografam, o que vestem, por onde andam, de que material é feita a sua roupa interior, a marca das chuteiras, por onde passeiam, a que horas acordam, quando aterram, os segundos que dispendem a arranjar as sobrancelhas e a meter laca no cabelo, os seus amuletos, preces, gostos, namoradas.
Não tenho interesse em saber o que pensam e o que dizem na sua linguagem primitiva das cavernas do gueto.
Estou-me a defecar para as bandeirolas e o patriotismo erguido e exibido com orgulho da merda do esférico, mas esquecido durante o resto do tempo.
Não participo em corridas por eles, a menos que me paguem muito bem.
Eu quero é que eles fiquem escondidos numa gruta qualquer a treinar, quais norte coreanos, ou bolcheviques do desporto.
Eles que treinem e que ganhem jogos. É a única porra que importa, sendo que a importância não é superior aos jogos olímpicos, ou competições internacionais noutra qualquer modalidade.
Todo o circo montado em redor dos donos de um bando de pernas e chuteiras, é para abstrair o povo da miséria em que se encontra este país, mas comigo não resulta. Não consigo abstrair-me com uma bola e 11 peneirentos.
É preciso muito mais.

domingo, 3 de junho de 2012

Subitamente

percebo que tudo é fã de Stevie Wonder, tudo vai ao Rock in Chelas com entusiasmo de groupie de longa data, tudo venera o homem com entusiasmo desarmante.
A única marca que esse homem deixou na minha juventude, foi um telefonema feito por uma colega minha, de uma cabine telefónica, em que ela cantou com paixão, ao namorado da altura, I Just Called To Say I Love You e eu fiz xixi nas cuecas de tanto rir.
É ele e o José Cid. É kitsch, é fixe dizer que se gosta do que era bimbo há uns anos atrás.

sábado, 2 de junho de 2012

pequena prece interior

Não chegarás a uma fase da tua vida, em que te convenças que o bronze te fará parecer mais jovem.
Não chegarás a uma fase da tua vida em que andarás castanha como uma passa em pleno Inverno e tomarás duches de tinta em locais próprios para o efeito.
Não chegarás a uma fase da tua vida em que de tanto quereres parecer mais jovem à conta da falsa melanina, pareças na verdade mais pesada e passada da cabeça do que nunca.