sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Jaikei Rolando

Esta senhora andou demasiado tempo presa ao universo Harry Poteriano. Se tivesse começado a escrever mais cedo sobre universos reais, eu já teria papado todos os livrinhos dela.
Ela escreve muito bem e este é um livro do caraças.

3 coisinhas estupidamente complicadas de fazer, depois de ter sido mãe

1
- Telefonemas em silêncio.
Quanto mais cerimonioso é o telefonema, maior o ruído de fundo. Ao ponto de parecer que estou a atender a chamada directamente da jaula dos macacos, no jardim zoológico.
2
- Ter a televisão só para mim e ver filmes a qualquer hora do dia que contenham cenas de sexo, sem estar constantemente a olhar por cima do ombro. Aliás, ver filmes a qualquer hora do dia (tirando o horário nocturno) ponto.
3
- Não  revirar os olhos até ao interior do cérebro, de cada vez que oiço Miska, Muska Mikey mouse.  Estou prestes a cometer um raticídio nesta casa.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

:) :) :)

De todas as palavras que me ocorrem, nenhuma representa realmente aquilo que estou a sentir.
Tentei várias vezes, mas não descobri um único título que dignificasse o que aconteceu hoje.
Talvez porque nenhuma frase tenha o poder de espelhar um sonho, quando esse sonho salta para dentro da nossa vida, com um descaramento absurdo. Escancarando portas, durante tanto tempo fechadas, libertando grãos de pó, depositados na quietude das coisas que não se concretizaram e deixando a vida acontecer-nos.
É que a vida acontece-nos, sim. Tenho a certeza disso.
Hoje aconteceu-me a mim.
Se tudo correr bem (e tem que correr bem), a minha história vai ficar guardada entre uma capa e uma contra-capa, com uma pequena lombada lateral. A minha história ganhará vida ao som dos vossos olhos.
E se isto não é felicidade, não sei o que será :)

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Bons Hábitos

Este Natal gostava de pendurar estas pantufas espaciais à porta.
Não, nada tem que ver com presentes no sapatinho. Era mais para os calcantes dos convivas de Natal, chuvosos, enlameados e com hipotética caca de cão, ficarem lá fora.
Aqui está outra merda que deveriamos adoptar dos países mais a norte e do Japão. Deixar os sapatos à porta.
Eu já faço isso com a família mais chegada e acreditem, tenho poupado litros de detergente para o chão.

*Já estou a imaginar a malta toda com estes chinelos sexy a pisar suavemente o soalho flutuante, sem um som :)


sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Donas de casa imperfeitas, não desesperem

E na senda do post anterior, eis que me ocorre  falar sobre outras tantas questões que nos aprisionam na domesticidade imposta (que linda frase).
Quantas vezes temos ânsias quando temos que fazer um mega jantar com mais de 8 pessoas?
Quantas vezes vencemos esse medo, compenetrando-nos que, de facto, até nem cozinhamos assim tão mal e damos efectivamente o jantar, mas como não temos criadas de servir (também adoro esta designação), ficamos o tempo inteiro enfiadas na cozinha, a levantar pratos e a dar em loucas, não usufruindo realmente do convívio?
Minhas amigas (dito em tom da amiga Olga), eu tenho duas soluções para isto. Postas em prática ao longo de vários jantares natalícios com mais de 15 pessoas aqui em casa:
Esqueçam lá o serviço de loiça pipi e os copinhos de cristal e abracem os pratos, copos e talheres de papel. O êxtase absoluto é uma toalha gira de papel (há muitas que parecem tecido e tudo), para que no final do cumbibio possam envolver aquela merda toda na toalha e despejar no lixo, juntamente com alguns convidados chatos.
Se têm problemas em relação ao que os outros vão pensar (eu já passei essa fase). Recebam-nos com uma garrafa de vinho na mão e um copo (para os mais enologamente esquisitos, podem ser copos de vidro) e perceberão que, depois de dois copos de um bom tinto, as pessoas estão-se basicamente a cagar para tudo o que seja parcimónia e querem é conversar.
Dispam-se do karma da dona de casa perfeita e tornem-se numas gajas mais descontraídas.
É claro que existem mullheres que não precisam de nada disto, pois não vertem nem uma gota de suor com estas coisas, mas não é o meu caso.
A mesa pode ficar linda com coisas descartáveis, acreditem.
Agora sim, estou pronta para escrever um manual sobre o assunto.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Mil vezes melhor do que queimar soutiens,

que sempre impedem as mamas de baloiçar ao sabor dos passos e as aconchegam num pedacinho esponjado de tecido, teria sido queimarem tábuas e ferros de engomar.
Mulheres que vivem sob o jugo da roupa irrepreensível, mulheres que pensam que o caracter e reputação dos filhos se define pela impecabilidade do tecido que os reveste e com que se apresentam na escola, ainda que os filhos digam merda e as mandem para o caralho. Não é tarde para vós. A patologia que vos foi imposta pelos vossos antepassados, sogras e mães, tem cura.
Para quem ainda não se rendeu às evidências da perda de tempo pura e simples em que consiste a actividade engomadeira e insiste num colarinho retesado, aqui ficam algumas dicas para deixar o vício. Pequenos passos, que ajudam à cura:
Comecem por cagar nas t-shirts. Uma t-shirt bem dobrada é mais  do que suficiente.
Os lençóis: Dobrem-nos em quatro, com ajuda, e passem o ferro sobre o lençol já dobrado, só para que possa caber no armário.
Camisas dos putos: Para começar e, como é Inverno, passem apenas as golas.
Camisas dos gajos: Eles que façam o que bem entenderem.
Inspirem e expirem e iniciem esta prática de libertação. Verão resultados imediatos, que vão desde rejuvenescimento da pele, a tempo para ler enquanto se faz cocó e terão o choque da vossa vida, quando compreenderem que são bem capazes de ser felizes, com a roupa enrugada.
É caso para dizer: Antes a roupa do que a pele.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Alguém que me explique, por favor



O sucesso desta merda.
Juro que não entendo a necessidade de se vestirem como retardados (sem ofensa para estes) para atraírem a miudagem.
Se as músicas forem de qualidade não é preciso tanto circo. Acreditem.
É isto e música clássica para bebés. Música clássica por si só não é suficiente para os bebés? É preciso enfiarem xilofones e caixinhas de música de fundo?


segunda-feira, 19 de novembro de 2012

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

reticências

Se tenho dias em que acredito na força cósmica do universo. Outros tenho em que penso que o acaso é o único mestre nisto da vida e que essa merda do universo que  nos traz e nos leva o bom e o mau, em directa proporção com as nossas energias, foi inventada por alguém sob o efeito de drogas leves, ou embriagado consigo próprio.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

A minha comida confortável *

De todas as comidas que me confortam a ialma, uma lata de sopa de tomate, com um ovo escalfado, está certamente no top 10.
Já experimentei fazer sopa de tomate várias vezes, mas, apesar do sucesso da demanda, nunca ficaram verdadeiramente como a da Heinz.
É um jantar mais do que suficiente para a minha mente e estômago :)
Descobri no programa da vaquinha da Nigela, que os Gnocchi de batata (nunca fui fã), podem ser cozinhados com um salpico de azeite numa frigideira, até ficarem torrados e crocantes. Meus deuses. Também entraram directamente para o top 10, assim que experimentei. Vão bem com tudo, até com uma simples tosta de fiambre de perú ao jantar :)

Agora aguardo convites para escrever livros de culinária, pois, logo a seguir às biografias históricas, parece que é o que toda a gente escreve.


*tradução parva da expressão confort food

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

socorro

O ano passado, no dia 25 de Dezembro, pela fresca, coloquei na lareira, uma agenda que a minha filha tinha namorado à minha frente, numa loja de brinquedos. Dei gritos mentirosos e eufóricos e ela desceu, quase caindo das escadas, para se deparar com o presente na lareira.
Sorriu, mãos trémulas e olhar assustado, pesquisando ao seu redor, para confirmar que o pai natal himself tinha abandonado a casa e desembrulhou a famosa agenda, com autocolantes, cadeado e o diabo a sete. Olhou-me nos olhos e perguntou:
- Mãe, como é que o pai natal sabia que eu queria esta agenda? Eu não lhe escrevi nada!!!
-O Pai Natal tem poderes e lê os pensamentos das crianças. - Respondi em tom de mistério.
Ela sorriu, perfeitamente satisfeita com a minha resposta e abraçou a agenda contra o peito. Orgulhosa por ter sido lembrada pelo barbudo.
Eu sorri com a minha resposta inteligente. Apesar de continuar a sentir-me culpada pela treta.
No meu íntimo, porém, sabia que isto não podia durar para sempre e que chegaria o dia em que a treta que construí em redor do senhor barbudo e barrigudo, se tornaria impossível de gerir. Pois bem, sei que esse dia chegou, quando apanho a Alice, de olhos fechados e mãos nas têmporas a olhar para o catálogo do Toys r' us.
- O que é que estás a fazer? - Pergunto.
- A pedir presentes ao Pai Natal.
- Mas, mas, mas e o que é que lhe vais pedir?
- Chiu, não é preciso dizer nada, ele sabe no que é que estou a pensar.
Estou fodida.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Agora a sério,

o vídeo do Professor Martelo é a gozar, certo?
Quando a coisa já estava que não se aguentava, eis que surge o Pai Natal a representar o subsídio de Natal e eu tive que fechar os olhos de vergonha.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

fucked up by their parents (porque não fica bem em português)


Estou a terminar um livro que me emprestaram e que tem várias biografias de mulheres famosas.
Já no fim da última história de vida, posso concluir que:
Todas foram "fodidas" no passado pelos pais. Transportam traumas, abandonos, indiferenças, falta de afecto.
Depois temos 3 grupos diferentes:
As que passaram o resto da vida a repetir os erros que as traumatizaram.
As que passaram a vida inteira obcecadas, a tentar fazer o oposto.
As que ficaram presas num limbo de insegurança, ora fugindo, ora congelando pelas memórias.

E, assim, depois deste estudo psicológico, tornado possível pelas biografias de divas famosas, conclúo que os pais têm um poder fenomenal para traçar o rumo sentimental dos filhos, para o bem e para o mal. E é o rumo sentimental, que definirá tudo o resto.

*A biografia vencedora, evidentemente, foi a da Audrey Hepburn. Que mulher querida, linda e humilde, meus deuses. Quando for à Suíça, visitarei certamente a sua casa e a sua última morada.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Sensibilidade e bom senso

Numa época de crise profunda e de miséria disfarçada em que vivemos, numa época de, mais do que justificadas, sensibilidades à flor da pele, é de senso comum que não se fale em público, quando de figuras públicas se trata, tudo aquilo que se pensa.
Aliás, esta regra aplica-se à vida em geral.
Eu posso pensar que somos todos uma cambada de preguiçosos, que se sobre-endivida e vive de aparências e choraminguices, mas, por uma questão de respeito à maioria que não o é e que sofre efectivamente na pele esta profunda crise.  Uma maioria que se debate todos os dias com o esticar de um orçamento miserável, ou com a falta de orçamento, uma maioria que trabalha com afinco, apenas para ver o seu salário real, já de si miserável, diminuir dia após dia. Por respeito a essa maioria, calo o bico.
É evidente que a senhora Jonet tem um trabalho de voluntariado louvável, mas não menos louvável do que as famílias que, com graves dificuldades financeiras, arranjam sempre um extra, para contribuirem para o Banco Alimentar. Famílias, sem as quais, o Banco Alimentar nem sequer sobreviveria. Famílias essas que agradeciam que a senhora fizesse uma retratação.
Noutros moldes, diferentes, mas da mesma maneira ofensivos. Ofende-me o silêncio do Presidente da República. Ofende-me o Não Comento, Não é a altura apropriada, este não é o momento. Porque, afinal de contas, estamos a pagar-lhe um ordenado, para ele não fazer a ponta de um corno.
Também me ofendem os banqueiros que gritam para um microfone: "Ai aguenta, aguenta".
Enfim senhores, a cena é:
Há coisas que devemos guardar para a intimidade da mesa de jantar, em família.
Há outras que devemos falar, mesmo quando os nossos tomates estejam a sentir-se do tamanho de ervilhas.
É tudo uma questão de sensibilidade. Sensibilidade e bom senso.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Eu também tenho conselhos inteligentes a dar para combater a crise

Para um amigo meu, que ganha 600 euros por mês e que tem de despesas fixas:
100 euros para a pensão de alimentos do filho
300 euros para a renda da pequena casa
passe social para pagar
Água
Luz
Gás
Supermercado

Ouve esta sapiente pessoa que te escreve e segue estes conselhos, que te conduzirão a um destino de bem estar monetário sem igual:

Deixa de ser esbanjador e não vás beber café a um café. Leva um copo térmico de casa e senta-te em frente do café. Mas não precisas de comprar o copo térmico, porque é caro. Pensa na ideia de um copo térmico, enquanto bebes café por um copo de vidro.
Não vás para o shoping. Apanha ar fresco com o puto e vai para o parque, mas vai a pé. Imagina que vais de carro. É exactamente a mesma coisa e sorri, enquanto pensas que poupas na gasolina.
Come mais sopa e menos carne. Mas quando estiveres a comer a sopa, imagina que comes um bife do lombo. É tudo uma questão psicológica.
No Inverno, passa a tomar duche apenas uma vez por semana. É o suficiente. Se não for, pensa que é e pensa que poderás dar-te ao luxo de, uma vez por mês, entrares de facto no café para uma bica.
Ensina o teu filho que não pode ter aquele pequeno brinquedo que tanto deseja. O consumismo é para os fracos de mente e tu não queres que o teu filho ajude a dar cabo do que resta do nosso país, com o seu desenfreado consumismo. 
Tenta ter sempre um pé de meia, para uma eventualidade, como por exemplo, o teu filho cair na escola e precisar de tirar uma radiografia de urgência.
Agora agradece-me esta visão brilhante que te ofereci e aguenta. Ai aguenta, aguenta e não mexe.




quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Devemos estimá-los na velhice




E esta frase aplica-se, não só aos nossos queridos idosos, mas também aos nossos carros, que nos acompanharam ao longo dos momentos mais importantes das nossas vidas.
São pequenos sinais que fazem com que tema sinais mais graves.
Pequenas coisas sem importância, como os pneus mais uma vez nas últimas, as luzes que se vão apagando, uma após a outra, fundindo-se sem dó, nem piedade, um barulho na suspensão, que ignoramos com autismo e sorriso forçados.
Enfim, eu quero convencer-me que o meu carro teve uma ideia luminosa e não mais uma luz fundida (que é para não dizer fodida).
Quero convencer-me que ainda está bom para mais 100 000 Km (e provavelmente está). Mas já não há aquela descontração natural, que me fazia galopar por montes e vales com confiança absoluta. Agora sinto que tenho que tomar conta dele. Estar atenta aos sinais, fazer-lhe festinhas no lombo e acompanhá-lo até à minha ruína financeira.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Onde gosto de mergulhar o indicador

Existem dois recipientes que não posso ter em casa. A saber:
Latas de leite condensado.
Frascos de nutella.
Tento utilizar estes dois ingredientes para os fins supostamente correctos, mas acabo sempre por abrir latas e frascos e lamber o conteúdo até me sentir agoniada.
É precisamente por isso que nunca os compro. Se a receita leva leite condensado, o mais certo é metade da lata acabar directamente no meu estômago.
Mas aí de 6 em 6 meses, cedo à tentação e vejo se consigo disciplinar-me a sério.
A semana passada comprei um frasco de nutella e já o usei para um Empire State Building de panquecas, que todos comemos, pois aguentam-se no frigorífico alguns dias.
Já o usei para um bolo de iogurte, que decidi enriquecer com duas colheres de sopa de nutella e, pasmem, já o usei para fazer sandochas para os putos.
Agora, que já provei a mim mesma ser capaz de manter os dedos longe do frasco, está na altura de lamber o pequeno resto que sobrou. Afinal de contas, também sou filha de Deus e ando um bocado carente.

domingo, 4 de novembro de 2012

Grande Venda Book Lovers

 A Evolução de Calpurnia T. 11 euros, com portes para Portugal Continental
 Jerusalém, de Gonçalo M Tavares - 8 euros, com portes de envio para Portugal Continental
 O Lar da Senhora P. para crianças peculiares - 11 euros, com portes para Portugal Continental
A história da Rapariga Bonita 10 euros, com portes de envio para Portugal Continental.

Se quiserem ver sinopses e comparar preços da Wook, podem clicar nas imagens.
Se estiverem interessados em ficar com algum destes livros (estado impecável), mailem-me para:
avontaderegresso@gmail.com

sábado, 3 de novembro de 2012

Os lugares fresquinhos no lençol

Ela- Sabes aquela sensação boa na barriga, quando encontras um lugar fresquinho no lençol, com os pés?
Eu - Sei. No Verão é maravilhoso, mas no Inverno não gosto, fico sempre sem me mexer, para não descobrir lugares frios no lençol.
Ela - Eu gosto sempre e sinto sempre isso quando estou na tua cama.
Eu - Mas a tua cama também tem lugares fresquinhos no lençol.
Ela - A tua tem muito mais.

Estávamos escritos

Estávamos escritos.

Não porque as estrelas nos traçaram o rumo.
Não porque um punho divino nos desenhou os dias.
Não porque o destino o decidiu.
Estávamos escritos,
porque nos escrevemos assim, um do outro.
Nunca acreditei em histórias de amor predestinadas, nem nos passos que dizem dar por nós, nesse estranho caminho de amor.
Mas acredito que nos escreveram e que, por isso, passámos a escrever-nos, como se sempre nos tivéssemos falado assim, através das missivas que nos endereçaram um ao outro por engano.
Aprendi que se ama por aquilo que somos quando escrevemos.
Aprendi que não há essa coisa de se ser distante daquilo que se escreve. Quando se escreve por amor, somos exactamente aquilo que escrevemos.